sábado, 7 de julho de 2012

O QUE É UMA BIBLIOTECA NACIONAL?

Biblioteca nacional


Uma biblioteca nacional é uma biblioteca especificamente estabelecida pelo governo de um país para servir de repositório do patrimônio bibliográfico (livros, jornais, revistas, folhetos, gravações, etc.) desse país. Ao contrário das bibliotecas públicas, uma biblioteca nacional é composta por coleções únicas e históricas de acesso restrito ao público, também raramente oferece aos cidadãos serviço de empréstimo. No entanto, há definições mais amplas de uma biblioteca nacional, colocando menos ênfase ao caráter repositório.

Difere-se do Arquivo Nacional, pois não guarda documentos administrativos, legais ou coleções de instituições públicas ou particulares. Pela sua função depositária, as bibliotecas nacionais são geralmente notáveis ​​pelo tamanho de seus acervos e edifícios, comparada com outras bibliotecas do mesmo país.

É responsável pelo controle bibliográfico, através do registro, coleta e guarda das obras bibliográficas publicadas no país, amparando-se na lei federal de depósito legal. Como custódio do patrimônio de uma nação, nos casos previstos na lei de depósito legal, certa quantidade de exemplares das obras impressas ou produzidas em outros suporte no país, devem ser depositadas na biblioteca nacional. Esta medida também serve para registrar e constatar os direitos do autor.

Algumas comunidades autônomas e estados que não são independentes, mas que desejam preservar a sua cultura particular, criaram uma biblioteca nacional com todos os atributos de tais instituições, tais como o depósito legal.

A maior biblioteca do mundo é a Biblioteca do Congresso, considerada a biblioteca nacional dos Estados Unidos. Na Europa destaca-se os fundos documentais da Biblioteca Nacional do Reino Unido, a Biblioteca Britânica, e a Biblioteca Nacional da Rússia que pertencem ao grupo The European Library (A Biblioteca Europeia) destinado a pesquisar as existências das bibliotecas nacionais europeias.

Depósito legal e direitos autorais

O princípio do depósito legal é comumente aplicado nos países que possuem biblioteca nacional para auxiliar na regulamentação e controle da produção bibliográfica nacional, possuindo particularidades de acordo com as orientações de cada país.

No Brasil o depósito legal está disposto nas Leis n° 10.994, de 14 de dezembro de 2004 e nº 12.192, de 14 de janeiro de 2010, que obriga o repasse de pelo menos um exemplar de todas a publicações produzidas no país à Biblioteca Nacional, buscando assegurar o recolhimento, guarda, preservação e difusão da produção intelectual brasileira. Inclui-se obras de natureza bibliográfica e musical.

No Reino Unido, a Lei de Depósito Legal de Bibliotecas de 2003 (The Legal Deposit Libraries Act 2003) reafirma a Lei de Direitos Autorais de 1911, que uma cópia de cada livro publicado, deve ser enviado à Biblioteca Nacional (British Library). Cinco outras bibliotecas (a Biblioteca Bodleian da Universidade de Oxford; a Biblioteca Universitária de Cambridge; a Biblioteca Nacional da Escócia; a Biblioteca do Trinity College, em Dublin; e a Biblioteca Nacional do País de Gales) têm direito a solicitar uma cópia gratuita no prazo de um ano da publicação. A natural internacionalização da indústria editorial garante que todos os importantes publicações de língua inglesa a partir de outras partes do mundo também estão incluídos.

Na Irlanda, a Lei de Direito Autoral e Direitos Correlatos de 2000 (Copyright and Related Rights Act 2000) especifica que uma cópia de cada livro publicado deve ser entregue à Biblioteca Nacional da Irlanda; à Biblioteca do Trinity College, em Dublin; à biblioteca da Universidade de Limerick; a biblioteca da Dublin City University; e na Biblioteca Britânica. Quatro cópias devem ser entregues à Universidade Nacional da Irlanda para distribuição às suas unidades constituintes. Além disso, a pedido por escrito, no prazo de doze meses de publicação, uma cópia deve ser entregue à Biblioteca Bodleian, da Universidade de Cambridge Library, à Biblioteca Nacional da Escócia, e à Biblioteca Nacional de Gales.

Na Austrália, a Lei de Direitos Autorais de 1968 e outros atos de lei requerem que uma cópia de cada livro publicado na Austrália deverá ser depositado na Biblioteca Nacional da Austrália, em biblioteca estaduais relevantes para o estado em que o livro foi publicado, e em algumas bibliotecas de outros estados tais como as parlamentares e bibliotecas universitárias.

Um sistema semelhante também existe no Canadá, com relação à sua biblioteca nacional, conhecida como Biblioteca e Arquivos do Canadá (Bibliothèque et Archives Canada) e a Bibliothèque et Archives nationales du Québec, em Quebec, que dá direito a dois exemplares (para publicações a varejo que custam menos de US $ 250), ou uma cópia (para publicações a varejo que custam US $ 250 ou mais) de livros publicados em Quebec desde 1968.

Desde 1537, todas as obras publicadas na França deve ser depositadas na Bibliothèque Nationale de France. Desde 1997, ela também recebeu depósitos de obras digitais.
Desde 1661, a Biblioteca Real sueca é amparada pelo direito a uma cópia de todos os trabalhos publicados na Suécia.

Em Cingapura, a Lei do Conselho da Biblioteca Nacional (National Library Board Act) exige que todos os editores em Cingapura depositem duas cópias de cada publicação para o Conselho de Biblioteca Nacional, dentro de quatro semanas a partir da data de publicação.

Outros países, como Estados Unidos, não seguem essa exigência. Os Estados Unidos, no entanto, exigem que qualquer editor apresentar duas cópias de uma obra intelectual para o Escritório de Direitos Autorias dos Estados Unidos (United States Copyright Office) na Biblioteca do Congresso - isto é conhecido como depósito obrigatório - mas a instituição é seletiva sobre que trabalhos mantém no acervo. A natureza internacional da indústria editorial garante que todos as importantes publicações de língua inglesa produzidas em outras partes do mundo também sejam incluídas. Tem também as bibliotecas depositárias federal, que recebem uma cópia de todas as publicações do escritório de imprensa do governo.

Controle bibliográfico nacional

Um dos principais objetivos de uma biblioteca nacional é cumprir parte do objetivo comum internacional de controle bibliográfico universal de uma nação, garantindo o controle bibliográfico de todos os livros publicados no país em questão ou livros em língua nacional produzido em outros países, de alguma maneira.

A primeira parte do objetivo é normalmente conseguida através dos meios de leis de depósito legal ou (como é o caso dos Estados Unidos) por uma série de programas diferentes, tais como um serviço de catalogação na publicação. Por este serviço, a Biblioteca do Congresso cria a ficha catalográfica do livro (catalogação na fonte) para qualquer editora que envia um projeto final ou algum tipo de prova de um livro atualmente em produção. Outras bibliotecas nacionais oferecem serviços semelhantes ou aplica práticas obrigatórias similares a esta.

A segunda parte do objetivo é alcançado através de programas de aquisição e políticas de desenvolvimento de coleções que têm como alvo os mercados de livros em outras nações, e que fomentam acordos internacionais com outros países com bibliotecas nacionais que têm controle bibliográfico nacional como um dos seus objetivos. Protocolos de intercâmbio e acesso são definidos permitindo estes países a ler os catálogos uns dos outros e padronizar entradas de catálogo, tornando assim mais fácil para cada biblioteca nacional para se tornar consciente de cada possível documento publicado que poderia incluir na biblioteca de seu país.

Maiores bibliotecas nacionais

Referências

  1. Lor, Peter Johan; Sonnekus, Elizabeth A.S. Guidelines for Legislation for National Library Services (em inglês). IFLA. Archive.ifla.org. Página visitada em 13 de fevereiro de 2012.
  2. 5 Largest Libraries of the World (em inglês). BlindLoop. Blindloop.com (9 de dezembro de 2009). Página visitada em 13 de fevereiro de 2012.
  3. Ali, Mohsin (16 de fevereiro de 2010). Library Of The World: Top Ten Biggest Or Largest National Or Public Libraries (em inglês). Einfopedia. Einfopedia.com. Página visitada em 13 de fevereiro de 2012.

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Gestão Educacional: Um desafio contemporâneo

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Gestão: uma introdução

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A palavra Gestão oriunda da palavra gerência, como define Aurélio (2010). Gerir ou gerenciar atrela-se, naturalmente, ao exercício da livre tomada de decisões, em condições eventuais de certeza, incerteza, instabilidade e imprevisibilidade e sobremaneira ao alcance dos objetivos pleiteados para o sucesso de uma Equipe, daí o seu grande desafio, como discute Andrade & Amboni (2009).
Não há como falar em Gestão se não falarmos de sua origem e de seus pressupostos teóricos. A gestão, embora aqui tomada em sua especificidade – educacional - está atrelada à Ciência Administrativa e aos seus embasamentos teóricos.
A Gestão atrela-se ao surgimento da Administração, enquanto ciência. Podemos falar que vem em um caráter embutido e pragmático, mas só ressoa como vocábulo comum ao processo de gerenciamento de empreendimentos na fase mais contemporânea da Administração, talvez pelas próprias nuances que a ciência ganhou e tomou formato de decisões. Para Araújo (2010), a palavra Administrador acabou cedendo lugar a Gestor, porque no passado as chamadas funções administrativas eram destinadas apenas ao Administrador, hoje, entende-se que a gestão ocupa vários espaços, e todos os gestores, sejam eles educacionais, de finanças, de marketing, hospitalares e demais devem cumprir as funções que norteiam a ação, num primeiro momento, delimitada como: planejar, organizar, dirigir e controlar, assunto que discutiremos no decorrer deste capítulo.
Quando se fala em gerenciamento, há que se atrelar alguns conceitos pertinentes e norteadores do trabalho de um gestor. Seriam eles: Eficiência, Eficácia, Efetividade e Relevância.
Para Andrade & Amboni (2009), esses são os termômetros de execução da arte Administrativa, porém é bom verificar sua antonímia.
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Telescópio da Gestão


A Eficiência está relacionada aos conceitos da racionalidade econômica, aos meios, ou seja, à equação proporcional existente entre custo /benefício, ou em outras palavras, o caminho que a organização pode lograr ou escolher para o alcance dos resultados tracejados, a fim de produzir um serviço ou produzir um bem. A idéia aqui perpassa pela coerência entre meios e fins.


O alcance dos objetivos de uma organização traduz o conceito de Eficácia. Para Zey-Ferrel apud Andrade & Amboni (2009), a eficácia pode ser entendida como a capacidade de que tem a organização em adquirir e utilizar os recursos na persecução de seus objetivos. É como se criássemos um medidor organizacional, seu espectro e sua razão de existir. Neste momento, pode o gestor avaliar, por critérios práticos ou subjetivos, os resultados alcançados, sendo este de caráter quantitativo e/ou qualitativo. Entende-se, portanto, que a gestão é norteada não somente por decisões e sua aplicabilidade, mas, sobretudo pelo avaliar constante de sua execução. A Gestão é contínua e não pode ser mensurada, apenas, em momentos pontuais e estanques, mas em uma constância natural de seus pressupostos, concilia-se dessa maneira o elo entre eficiência e eficácia.


Num mundo globalizado, em que são estreitas as relações, não podemos imaginar um sistema de gerenciamento, engendrado em si mesmo ou limitado em suas esferas internas de atuação. A organização não se limita a si. Entende-se que numa sociedade de organizações, como bem salientaram os Estruturalistas, a organização pertence a uma dinâmica natural de inter-relações, encara-se de maneira mais explícita a organização como um sistema aberto, com uma interface natural com o meio ambiente. A Eficácia, agora, toma uma roupagem diferenciada, rompe lastros internos e demonstra a capacidade que a organização tem de interagir com o meio externo, surge, portanto, a efetividade demonstrando se os produtos e/ou serviços prestados pelas organizações estão ou não atendendo às necessidades e expectativas do mercado.
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O efeito

No momento em que o gestor utiliza-se da efetividade, pode obter e estar aberto ao recebimento de feedbacks para o aperfeiçoamento contínuo de suas atividades, buscando o aprimoramento das mesmas, antenado com o meio, suas exigências, tendências. Nota-se, portanto, que a aplicação da efetividade prioriza o impacto social da organização, seu desempenho é mensurado pelo grau de aceitação de seus produtos e/ou serviços, pela sua capacidade de atingir objetivos socialmente desejáveis, reforça Andrade & Amboni (2009).
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A relevância


Contextualizando essa dinâmica, percebe-se que a organização é uma entidade viva, bem definida por Morgan (2006), no uso de atributos e metáforas precisas. Portanto, finalizando essa discussão, a relevância parte do desempenho, do significado, do critério de desempenho filosófico e antropológico, medido em termos de valor, importância, ou da pertinência dos atos e fato administrativos para a vida dos participantes do sistema organizacional, como bem assinalado por Sander (1982). Ou seja, a relevância sugere a noção de ligação, de relação, de essência com alguém ou algo. Balizadora de sua razão de existir, de sua importância para um contexto macro: social, político e econômico.
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O planejamento


Todo exercício de gerenciamento prenuncia o uso de alguns atributos, tomados na literatura administrativa como funções do gestor ou do administrador, compactada pela sigla PODC, esses itens são fundamentais para o alcance das atividades anteriormente discutidas.
O PODC, desmembrado em sua essência, serve de suporte para o dimensionamento das seguintes atividades: planejar, organizar, dirigir e controlar, delimitam a ação da gestão para efetividade do processo, como bem salienta Araújo (2010) e há que se considerar também uma razão lógica entre a seqüência dessas funções.
O planejamento, ação precípua e necessária ao início de toda e qualquer atividade sistematizada, diz respeito às implicações de ações do presente para confluência do que será agregado no futuro. Planejar é antecipar. Não é a ação, é a intenção. Define-se primeiro, onde se quer chegar para então tomar decisões. O que? Quando? Quanto? Como? Por quê? São indagações propositais e necessárias para o desenvolvimento de um planejamento.
Depois de traçadas as metas organizacionais, é necessário efetivar ações para o planejamento, chega-se ao ato de organizar, é também o momento de confluência com a eficiência. O ato de organizar compreende a ação de distribuição de poder, das tarefas, das responsabilidades e da prestação de contas; ele também expressa a distribuição otimizada dos recursos da organização.
Bem, feito o planejamento e se organizado frente aos recursos disponíveis, é hora dar a ordem de comando, aqui assinala-se a liderança como norteadora das ações. A liderança do sentido do convencimento, do levar avante um equipe e seus propósitos e sobretudo fazer com que o objetivo seja agora coletivo, porque se precípua numa ação de todos, de uma ação comum, afinal perpassa por um objetivo de uma equipe, e é importante que os anseios sejam contemplados para efetiva motivação e inclinação na efetividade e na perpetuação dos propósitos.
Se a ordem de comando foi dada, no processo de gestão é importante um balizador de vigília, ou seja, o controle como fonte necessária de fiscalização entre a intenção, o almejado e o realizado. O ato de controle demonstra a compatibilidade entre o que se planeja e o que se alcança. O produto principal do controle é a informação.
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Cirque du Soleil



Ao assistirmos este vídeo, verificamos a presença dos princípios administrativos aqui estudados. O Cirque du Soleil não é apenas um espetáculo primoroso porque assim se tornou, mas assim se fez porque todos os precedentes necessários a sua realização se fazem presentes, em outras palavras, além da competência e da habilidade inerentes aos espetáculo circense, o PODC é um exercicio de fácil verificação em sua constituição. Não há como não perceber também a idealização prática dos elementos da eficiência, eficácia, efetividade e relevância. Ou seja, é a Gestão Viva e Exemplificada.

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Dinâmica da gestão

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Assinala-se que, a gestão por ser contínua também é permeada por especificidades que lhe são próprias. O ato de Administrar altera em função do grau de complexidade no qual está inserido, por isso é imprescindível perceber que as decisões ocorrem em níveis de gerenciamento e a cada um é delegado o grau de responsabilidade no que se refere ao todo e ao que se inclui em cada patamar, daí por que se falar em níveis de tomadas de decisão.
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O nível estratégico de uma organização está dimensionado em seus gestores maiores, ou seja, aqueles, que ocupam lugar na alta cúpula, ou melhor, dizendo, nos níveis gerenciais mais altos, nas posições estratégicas dentro das organizações.
O nível tático, como demonstrado da Figura 2, é representado pela gerência, sendo o mesmo responsável pela articulação do que é pensado na esfera estratégica e na realização no nível operacional. O nível tático ou gerencial deve atuar como um multiplicador para assegurar o alinhamento estratégico entre todos os níveis, é uma espécie de maestro, buscando a conciliação entre o que se quer e o que se edifica.
Já o nível operacional é formado pelo chamado “chão da fábrica”, que aqui trataremos como o executor. É o nível que atrela para si a execução e a realização das atividades cotidianas.
Para finalizarmos este primeiro módulo de discussão, é importante que assinalemos também a referência entre atividades fins e atividades meio. As atividades fins, como bem assinala Andrade & Amboni (2009) são aquelas vinculadas diretamente ao “carro chefe” da empresa. Por exemplo, em uma empresa comercial, as atividades do departamento comercial podem ser preteridas como finalísticas, por manterem uma relação direta com a razão de ser da organização. Em uma escola, todo aparato pedagógico e voltado para os objetivos educacionais, passam neste caso, a ser o objetivo principal de gestão, então, propor uma educação de qualidade e atenta aos objetivos de cidadania, deve ser sua razão precípua de existência, portanto, sua atividade fim.
As atividades meio são aquelas que dão suporte ao desenvolvimento das atividades fins. Por exemplo, as atividades contábeis servem de apoio para o desenvolvimento das atividades comerciais. Já os trabalhos de Secretaria e Alimentação Escolar, referendam atividades meio, para consecução de um objetivo maior que é a Educação.

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Gestão Educacional

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Parafraseando o educador Pedro Demo, a relação mais forte entre educação e desenvolvimento passa pela questão da qualidade política, ou seja, pela competência humana de se fazer sujeito capaz de escrever sua própria história. O melhor combate que a educação pode travar é contra a pobreza política, no sentido de sedimentar a cidadania crítica e prática voltada para projetos alternativos de desenvolvimento. O maior problema social que ainda se tem a enfrentar é a ignorância, porque esta nega a capacidade de cada um de encontrar soluções.
Conciliar Educação e Gestão tem sido tarefa nova e de enfoque inovador. A Escola que albergava apenas livros, cadeiras, quadros e um sentido unilateral de se fazer Educação, hoje, traz para si o desafio de conciliar o ato de Educar, com o alcance de objetivos, além de assumir o desafio da gestão pela qualidade, pelos resultados e por objetivos. Antes, a Gestão que estava atrelada apenas ao enfoque limitado da Administração e suas organizações mais precípuas, hoje, delineiam sobre a mobilização dinâmica e coletiva do elemento humano, sua energia, sua proatividade e sua competência, como condições básicas para a melhoria da qualidade de ensino e a transformação da própria identidade da educação brasileira, que leva a termo e dimensiona também um contributo social de relevada importância, por ser a Educação a mola propulsora das grandes e maiores transformações sociais.
Para Luck (1998), a Gestão Educacional deve ser entendida como uma dimensão e um enfoque de atuação que tem como objetivo a promoção da organização, da mobilização e da articulação de todas as condições materiais e humanas necessárias para garantir o avanço dos processos socioeducacionais das instituições de ensino. Em linhas gerais, a gestão educacional no novo tempo é caracterizada pela reconhecimento da importância da participação consciente e esclarecida dos seus agentes, é o fortalecimento da democratização do processo pedagógico.
Expandindo o mesmo conceito, Sousa (2008) nos chama a atenção para a democratização da Gestão Educacional. O autor referenda o romper do termo Administração Escolar para Gestão Educacional, entendendo o mesmo não ser este apenas uma ruptura de terminologia, mas sobretudo como uma adoção logosófica, ou seja, altera-se o termo e muda-se a forma de conceber a idéia, parte-se para um novo parâmetro de significados, ações e posturas. O Gestor Escolar como afirmado em um trabalho conjunto com o MEC e a UNESCO é cada vez mais obrigado a levar em consideração a evolução da idéia de democracia e gestão. Avança-se no conceber e no edificar. Isso nos permite pensar em Gestão Educacional no sentido de uma articulação consciente entre ações que se realizam no cotidiano da Instituição de Ensino e o seu significado político e social. Acrescenta-se aos objetivos da Instituição de Ensino o Exercício de Educar e o despertar para o papel do indivíduo e o exercer de sua cidadania, sejam eles gestores, professores ou estudantes.
Segundo Luck (1997), a dinâmica intensa da realidade e seus movimentos faz com que os fatos e fenômenos mudem de significado ao longo do tempo; as palavras usadas para representá-los deixam de expressar toda a riqueza da nova significação.
Partindo da literatura metafórica de Morgan (2006) e de seus pressupostos teóricos, ousa-se, sem duvidar do seu efeito, a posse da contextualização dos sistemas educacionais e dos estabelecimentos de ensino como unidades sociais, como organimos vivos e dinâmicos e como tal devem ser entendidos. É bom ressaltar, que a proposição, ora aqui descrita, não quer apenas a substituição de vocábulos e/ou terminologias, ou apenas rompimentos de acervos semânticos, nem sequer propor o depreciar da administração enquanto gênero, mas sim um inclinar a novas posturas e novas concepções, dinamicidade como força na construção de uma nova realidade para educação brasileira. A Gestão Educacional não prescinde, nem extirpa a ótica da administração educacional, apenas a supera dando um novo significado, mais abrangente e potencialmente transformador.
A Gestão Educacional tem parâmetro contemporâneo, como já assinalado anteriormente, não era prática constante nos estabelecimentos de ensino, que até então via seu processo de maneira unilateral e centralizador em si mesmo. Seu direcionamento é, portanto, ainda, um grande desafio, posto a sua recente inserção nos moldes da educação brasileira. Se no presente se faz assim, podemos também dizer que o futuro emerge albergar para si tantos outros reptos, posto que a gestão, ora se faz presente, buscando contextualizar e edificar a qualidade como mediadora de processo. Visto que esta se propõe a uma dinâmica que lhe é peculiar, e a gestão é por si mesma movida por mudanças, o que se instala é um novo descortinar, um construir para se edificar, para orientar resultados, isto é, um modo de ser e de fazer concatenado por ações conjuntas, associadas para um objetivo comum.

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Gestão Educacional: um desafio plural



O vídeo acima tem como intuito despertar o efetivo papel da Gestão Educacional, permitindo verificar que sua ação é uma atividade plural, que precisa ser dinamizada pelos seus atores e responsáveis, e que na sua construção o individualismo e ações unilaterais não existem ou não se combinam.
A Gestão Educacional constitui uma dimensão importantíssima para a Educação, uma vez que, por meio dela, a Escola e os problemas educacionais são visto de maneira global e pela visão estratégica e de conjunto visa-se capturar e promover ações interligadas, tal como uma rede, os problemas que, de fato, funcionam de modo interdependente, como bem assinala Luck (1998).
Salienta-se que a Gestão Educacional é uma atividade meio, uma propulsão de caráter administrativo, que pode vir a ser ferramenta de propulsão de melhorias nas instituições de ensino, desde que bem orientada e aplicada e não uma atividade fim. Reforça-se que a atividade fim da gestão é a aprendizagem, o livre exercício da cidadania pelos estudantes, de modo que, cotidianamente vivenciem na escola e desenvolvam competências e habilidades que a sociedade conclama, tais como: pensar criativamente; analisar informações e proposições diversas, de forma contextualizada e crítica; expressar ideias com clareza; ser capaz de resolver problemas e conflitos através de decisões fundamentadas, dentre muitas outras sempre pleiteando o exercício da cidadania responsável.

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Pedagogia e Gestão: um enlace perfeito

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Como bem sabemos, a Pedagogia é a ciência que tem por objeto de estudo a educação. A palavra Pedagogia tem origem na Grécia Antiga, paidós (criança) e agogé (condução). No decurso da história do Ocidente, a Pedagogia firmou-se como correlato da educação é a ciência do ensino. Há que se considerar que o ato de Educar é um fato social, cuja origem está ligada à da própria humanidade. A compreensão do fenômeno educativo e sua intervenção intencional fez surgir um saber específico que modernamente associa-se ao termo pedagogia e que faz da mesma protagonista da essência dos estabelecimentos de ensino, que ora se propõe a um dimensionamento social e político efetivo, agindo para a tranformação, antenado à globalização e seus efeitos, à participação coletiva e consciente, à praxis e à cidadania.
Do outro lado, como já discutido com afinco, está a Gestão, inclinada a novos propósitos, rompendo a essência outorgada pela antiga Administração Escolar, que se limitava aos preceitos clássicos, restringia por ora a um entendimento tradicionalista, marcado pelo autoritarismo, pela centralização de decisões e pela reprodução unilateral de acertos, erros e conveniências, um gerenciamento outora pouco fundamentado na política e no compromisso social. A Gestão Educacional inclina-se para a construção de um novo paradigma, de construção de um novo momento da educação brasileira. Regimenta-se pela dimensão política e social, pela ação da transformação, pela propulsão da cidadania consciente, pela praxis e pelo cuidar do bem-estar da educação, por entender esta como o caleidoscópio próprio de nuances e transformações de desenvolvimento de uma sociedade mais justa e igualitária.
Em um entre tantos outros propalados, o Educador Paulo Freire (2002), caracteriza a Educação como um processo contínuo e diretivo, responsável pelo desenvolvimento do ser humano em sociedade. Como processo, dizia o autor, age com o poder de elaborar e de modificar comportamentos, podendo ser considerada como fator de mudança, por isso diante da situação da sociedade brasileira e do momento emergencial que esta mesma conclama intervenções eficazes e efetivas, “embora não podendo tudo”, mas “podendo alguma coisa”, Freire (2002), ressalta que a educação possui fundamental importância, é um mecanismo de, mesmo que lentamente, modificar a herança opressiva, que não só os pobres e miseráveis carregam introjetada, há séculos em seu “eu”.
Ressalta ainda o referido Educador, que a “inexperiência democrática”, com a qual o povo vai se acostumando a conviver, está enraizada na forma de agir, o que pode ser percebido tanto nos oprimidos como nos opressores, embora estes, em situação talvez um pouco mais cômoda, vistam uma roupagem do autoritarismo: “sabes com quem estás falando?”. Por este prisma, conclama-se a imergir para a construção do processo educacional que se faz necessário ou conveniente, posto que a Educação em essência não é neutra. Seria ela portanto, de domesticação? Seria ela alienadora? Ou seria, a mais sonhada de todas: a Libertadora?
Portanto, leitores, o que se converge aqui é um convite à logosofia, um olhar para a vida, seu compartilhamento e suas dimensões, propondo-se ao novo e ao que este, pode acrescentar em mudanças oportunas. Crê-se, portanto, que a combinação entre Gestão e Pedagogia é harmônica e necessária. Pensar a Educação e gerir suas atividades - fim e meio - oportunizando contributos e ganhos, é demasiadamente motivador e por que não dizer oportuno: emerge-se da utopia o direito à realidade.
Nesse processo de construção da gestão educacional, não se cede lugar a alguns entraves, a vitimização é um deles. Portanto, dizer que não é possível, que o sistema não ajuda, que nada se espera de diferente ou inovador, ou que o aluno não aprende, são realmente expressões e jargões já sem consolidação neste novo espaço, e não congruência para sobrevivência deste tipo de pensamento. Ou seja, à medida que a escola se fortalece e que o plano de gestão e o plano pedagógico do estabelecimento de ensino se funtamentam, não se refuta, sob hipótese alguma, a ideia de que o estabelecimento de ensino está pronto e acabado e que seus membros gestores e docentes tem agora o poder de influência, ou muito pouco, esses membros se consideram responsáveis pela qualidade do trabalho desempenhado. No processo ora descrito, o individualismo também não encontra espaço para a sobrevivência, como salienta Senge (1992), "quando os membros de uma organização concentram-se apenas em sua função, ele não se sentem responsáveis pelos resultados quando todas as funções atuam em conjunto" (Senge, 1992, p. 29). Em conseqüência, é da maior importância, a conscientização da necessidade de redefinição de responsabilidades e não a redefinição de funções. Aquelas centram-se no todo; estas, nas partes isoladas.
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Gestão Partilhada


Neste propósito é emergente considerar que embora estejam desenvolvendo ações diferenciadas – ações pedagógicas e/ou gestão educacional – ambas convergem para um mesmo fim, ou seja, a edificação de um projeto educacional estratégico e diferenciado, comprometido com o contexto social e o legado a ele deixado. A Harmonia se faz presente, a partir do momento em que cada um se permite num sapateado tênue e preciso reverenciar seu contributo para o anseio coletivo, abrindo alas para a participação de todos os integrantes, e entendendo de sobremaneira que o todo é sempre maior do que a simples soma das partes, mas que a efusão e o repto são norteadores precípuos de um trabalho de Equipe. Sapateemos em Equipe!

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Gestão Educacional, Administração Estratégica e Plano Pedagógico

Ao delinearmos com propósito, a Gestão Educacional e seus desafios, conciliando a prática pedagógica com os objetivos preteridos por uma Educação mais comprometida, mais humana e mais cidadã, a integração exigida e conclamada nasce de uma dinâmica peculiar e necessária: a junção entre os preceitos administrativos e a Estratégia necessária ao alcance daquilo que se espera alcançar para o sucesso de uma Equipe, e aí retoma-se com efeito os conceitos introdutórios deste módulo para introduzirmos o termo Administração Estratégica.
Administração Estratégica é um processo que envolve as cinco funções administrativas, são elas: atividades de planejamento, organização, direção, coordenação e controle , tendo esta política o intuito de atingir os objetivos organizacionais. A Administração Estratégica é definida como um processo contínuo e interativo que visa manter uma organização como um conjunto apropriadamente integrado ao seu ambiente. No passado, o processo de administração estratégica era influenciado em grande parte pelo departamento de planejamento das organizações. Os integrantes desses departamentos eram envolvidos pelo projeto e implementação dos sistemas de administração estratégica dentro de suas organizações. Entretanto, mais recentemente, os departamentos de planejamento perderam um pouco de sua influência (CERTO, 1993).
Há que se considerar um distanciamento de conceito e aplicabilidade entre Administração Estratégica e Planejamento Estratégico, muitas vezes, utilizados como sinônimos. A priori, o que mais se pontua é que o primeiro é mais abrangente, enquanto, o segundo encontra-se inserido como recorte deste. KOTLER (1975), um dos defensores da sua utilização, propõe o seguinte conceito: “O Planejamento Estratégico é uma metodologia gerencial que permite estabelecer a direção a ser seguida pela Organização, visando maior grau de interação com o ambiente”. A direção engloba os seguintes itens: âmbito de atuação, macro políticas, políticas funcionais, filosofia de atuação, macro estratégia, estratégias funcionais, macro objetivos, objetivos funcionais.
Tomando por base este memorial, retoma-se aos estabelecimentos de ensino e sua nova propulsão educacional, ou seja, o compromisso com a sociedade e o papel da Gestão Educacional como mediadora deste momento de transformação. Propondo-se a pensar a Gestão de Estabelecimento de Ensino por metodologias e princípios administrativos, a Administração Estratégica insere-se no cenário, permitindo que as bases construtivas e delimitadoras se façam presentes para a edificação do referido trabalho. Começar pelo planejamento e ser direcionado pelos demais pilares administrativos, é fonte precípua e fundamental para que ao iniciar o referido processo, dê-se conta que empirismo e a notável e tradicional experiência, cede lugar a ciência, seus preceitos e sobretudo à lógica de uma pensamento instigado a um propósito e a vários acertos, o que se espera.
Dentro do cenário, o Projeto Político Pedagógico, nada mais é do que um ordenamento de ações, particularizadas, pensadas e precisam ser eficazes e efetivas, ou seja, tudo o que se esboçou, documentou e postulou, precisa ganhar ânimo, fazer acontecer, ganhar corpo e se estabelecer. Justamente, por este processo a Gestão ganha vida, ganha significado e torna-se dinâmica e imprescindível.
DEMO (l998), assim se refere a essa questão:
Existindo projeto pedagógico próprio, torna-se bem mais fácil planejar o ano letivo, ou rever e aperfeiçoar a oferta curricular, aprimorar expedientes avaliativos, demonstrando a capacidade de evolução positiva crescente. É possível lançar desafios estratégicos, como: diminuir a repetência, introduzir índices crescentes de melhoria qualitativa, experimentar didáticas alternativas, atingir posição de excelência.
O que suscita o autor? Uma verdade que remonta e consolida tudo aqui discutido. O PPP é o anseio democrático de uma Instituição de Ensino, através do qual a Gestão é conduzida naturalmente para um alvo coletivo, vontades de uma comunidade, e um norteador de decisões e encaminhamentos. Para que se atinja os objetivos pleiteados, nada é mais natural do que o uso e o exercício livre da Administração Estratégica, que ganha significado frente a um planejamento que orienta onde a Instituição quer estar, o que quer ser.
O sucesso, a unidirecionalidade, a homeostasia ou a negativa de todos deverá ser fruto do processo decisório aplicado em relação às programações que poderão vir a ser estruturadas da seguinte forma: linhas de ação, ações concretas, atividades permanentes e determinações; que deverão ser concebidas pela comunidade educativa como resposta de sua participação na construção do Projeto Político Pedagógico.
O certo é que não se pode conceber uma Gestão Educacional, conciliada com os novos desafios das práticas pedagógicas, se ela não está alicerçada na Administração enquanto ciência e deste modo, o legado aqui feito é apenas o começo para tantas e outras discussões pertinentes e necessárias ao efetivo merecimento de um projeto educacional mais justo e igualitário, de uma sociedade que reflita em si a competência e o exercício da cidadania com responsabilidade, e como Educadores ou membros participantes deste novo cenário, somos mais do que agentes: somos autores da nova história da Educação no Brasil. Só basta querer começar, habilidade já temos.

livroGestão Educacional e EAD

Pensamos, até aqui, muito em Gestão Educacional, seus propósitos e seu alinhamento com os objetivos de uma instituição. Mas não é comum, ainda, que esta mesma dimensão seja tratada com tamanha naturalidade quando o assunto é Educação à distância. Embora, seja de extrema importância para os gestores, ainda precisamos instigar mais a referência deste referido tema nas ações destacadas pelas instituições fornecedoras desse tipo de capacitação no Brasil. O gestor precisa perceber que sua ação não pode ser unilateral e que o trabalho em equipe, de sobremaneira, reforça o que adiante será visto como esforço coletivo.
Talvez pensar em interrogar-se para melhor compreender o cenário onde estas Instituições EADs estão inseridas, seja fundamental para a compreensão do todo. A Gestão Educacional precisa ser alicerçada nos desafios inerentes ao seu contexto específico, não deve ser dissociada do planejamento pedagógico, como discutimos até então, e se fortalece a cada momento em que as suas ações sejam compartilhadas e que o ensejo estratégico esteja sempre voltado para o anseio do grupo e do seu sucesso.
eq



livro

Referências

ANDRADE, Rui Otávio Bernardes; AMBONI, Nério. Teoria geral da administração. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009.
ARAUJO, Luis Cesar G. de; GARCIA, Adriana Amadeu. Teoria geral da administração: orientação para a escolha de um caminho profissional. São Paulo: Editora Atlas, 2010.
BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Acessado em 16 de abril de 2009. Disponível em: http://portal.mec.gov.br.
CERTO, Samuel; PETER, J. Paul. Administração estratégica. São Paulo: Makron Books, 1993.
DEMO, Pedro. Desafios modernos da educação. 7. ed. Petrópolis: Vozes, 1998.
______. Pensando e fazendo educação: inovações e experiências educacionais. Brasília: Liber Livros, 2011.
FARIA FILHO, Luciano Mendes de (org). Pensadores sociais e história da educação. 3. Ed. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2011.
FREIRE, Paulo. Educação como prática da liberdade. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2002.
KOTLER, Philip. Administração de marketing. São Paulo: Atlas, 1975.
LÜCK, Heloísa. A dimensão participativa da gestão escolar. Gestão em Rede, Brasília, n. 9, p. 13-17, ago. 1998.
MORGAN, Gareth. Imagens da organização. São Paulo: Editora Atlas, 2006.
SENGE, Peter. A quinta disciplina: arte, teoria e prática da organização da aprendizagem. São Paulo: Best Seller, 1993.
STRECK, Danilo et al. (orgs). Leitura de Paulo Freire: contribuições para o debate pedagógico contemporâneo. v. II. Brasília: Liber Livros Editora, 2010.
VEIGA, Ilma Passos Alencastro. Projeto Político Pedagógico: uma construção possível. Cortez, 2001.
VIEIRA, Sofia Lerche. Educação e gestão: extraindo significados da base legal. In: Ceará. SEDUC. Nos paradigmas de gestão escolar. Fortaleza: Edições SEDUC, 2005.

Sendo Autor - Objetos de Aprendizagem e Softwares de Autoria


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Introdução
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As transformações tecnológicas digitais têm proporcionando, para a área de educação, várias possibilidades de aplicação. A questão principal é qual a sua dimensão pedagógica e como podem ser utilizadas para favorecer a tão desejada construção do conhecimento pelos indivíduos que fazem parte do contexto educacional.
As discussões sobre a utilização da informática na educação no Brasil começaram na década de 70 (Oliveira, 1997), quando se discutiam sobre a utilização pedagógica dos computadores e seus aplicativos (editores de texto, planilhas, software de apresentação, software para programação, etc.). Com a popularização da internet, na década de 90, as discussões ganharam novo foco com as possibilidades das páginas web, com seus links que favorecem a criação de redes e que poderiam favorecer o processo de construção do conhecimento. Em 2004, temos a popularização da web 2.0.
Segundo Martinez e Ferreira(2007), a web 2.0 não se refere a uma tecnologia, mas a um conceito que compreende um conjunto de tecnologias e à percepção de uma nova geração de formas de utilização da Web. Segundo os autores, a web 2.0 proporciona poder ao usuário uma vez que proporcionam várias formas de comunicação, como as possibilitadas pelos sites de comunidades virtuais, como o Orkut, as Wikis, Blogs, Facebook e Twiter. Outro paradigma é a transição para a codificação semântica do conteúdo online, ou seja, aquela que descreve precisamente ao que se aplica o conteúdo da página, utilizando linguagem XML. Isto permitiu o surgimento de aplicações como RSS (Really Simple Syndication), Atom e Podcast.
Para Voigt(2007) as principais implicações da web 2.0 são:
  • Software.
    • Estes não são vistos como produto, mas como serviço. Ao invés de instalar um software, é oferecido um serviço disponibilizado remotamente (GMail, GoogleDocs, Flickr, Blogs, etc). Rodando diretamente no navegador de internet, um aplicativo pode receber atualizações constantes.
  • Dados
    • Socialização de dados, antes com acesso restrito, que podem ser disponibilizados e utilizados pelos usuários.
  • Conteúdos.
    • Conteúdos são criados e mantidos de forma dinâmica através do papel proativo de usuários individuais e comunidades. Um conceito que vem a tona: a autoria individual e coletiva. Essa autoria é dinâmica, pois os conteúdos (texto, áudio, vídeo, opinião,...) estão em constante modificação e não possuem mais uma finalidade específica. Podem ser reutilizados, pois são matérias primas. A Remixagem é a palavra chave desta tendência.
  • Software social.
    • Software Social (Social Software) são aplicativos que fornecem suporte para interação entre pessoas ou grupos, feedback e trabalho em rede. Software Social permite reunir e editar conteúdos colaborativamenta.
Essas implicações ampliam o papel do usuário, que além de leitor ou consumidor de páginas web, passa também a autor. Suas opinões são importantes e dinamizam as interações via serviços da web.

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    Introdução - EaD
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    A Ead nesse contexto ganha mais possibilidades, uma vez que esta via internet acontece normalmente nos ambientes virtuais de aprendizagem (AVA). Um Ambiente Virtual de Aprendizagem agrega diferentes ferramentas e funcionalidades que permitem acesso a conteúdos, comunicação, trabalho colaborativo, administração e monitoramento (Voigt,2007). Para Santos(2003), as possibilidades de comunicação todos-todos caracterizam e diferem os AVA de outros suportes de educação e comunicação mediadas por tecnologias.
    Existem vários ambientes virtuais como AulaNet, TeleEduc, E-Proinfo, Moodle, dentre outros.
    Como estamos no ambiente Moodle, vamos ver serviços que podem ser utilizados nesse ambiente virtual para que além de manter as caracteristicas da Web2.0, construí-los dentro de uma proposta politico-pedagógica.

    Essas possibilidades são: Objetos de Aprendizagem e Softwares de Autoria, especificamente o Hotpotatoes e o Jclic.


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    Objetos de Aprendizagem
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    http://barisoft.com/

    O conhecimento torna a alma jovem e diminui a amargura da velhice. Colhe, pois, a sabedoria. Armazena suavidade para o amanhã.

    Leonardo da Vinci



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    Conceituando OA
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    Como apresentado anteriormente, a WWW possibilitou a criação de ambientes virtuais de aprendizagem. O que são objetos de aprendizagem?
    Segundo a IEEE (2011), um objeto de aprendizagem (OA) é “qualquer entidade, digital ou não, que pode ser utilizadae reutilizada durante o processo de aprendizagem que utilize tecnologia”. De acordo com a definição, qualquer objeto pode ser um OA.
    Wiley (2001) destaca que esta definição é muito ampla, e, após o exame não exclui qualquer pessoa, lugar, coisa ou idéia que tem existido em qualquer momento na história do universo, uma vez que qualquer desses poderia ser "referenciado durante aprendizagem suportada por tecnologias".
    O mesmo autor, propõe que um OA é um “recurso digital que pode ser reutilizado para dar suporte ao aprendizado". É esta definição que será o nosso norte para utilização de OA nesse curso. Para Bear e Gaspar(2007) objetos de aprendizagem (OA) são recursos digitais modulares, usados para apoiar a aprendizagem presencial e a distância.
    Modular siginifica "quebrar" o conteúdo educacional disciplinar em pequenos blocos possibilitando re-utilização em vários ambientes de aprendizado.
    Segundo Mendes (2004 apud Gama, 2009), os objetos de aprendizagem possuem as seguintes características:
    1. reusabilidade: reutilizável diversas vezes em diversos ambientes de aprendizagem;
    2. adaptabilidade: adaptável a qualquer ambiente de ensino;
    3. granularidade: conteúdo em pedaços, para facilitar sua reusabilidade;
    4. acessibilidade: acessível facilmente via Internet para ser usado em diversos locais;
    5. durabilidade: possibilidade de continuar a ser usado, independente da mudança de tecnologia;
    6. interoperabilidade: habilidade de operar através de uma variedade de hardware, sistemas operacionais e navegadores, intercâmbio efetivo entre diferentes sistemas;
    7. metadados (‘data about data’): descrever as propriedades de um objeto, como: título,autor, data, assunto, etc.
    Essas características estão relacionadas com os aspectos técnicos de um OA. Estão relacionadas com a escolha do software de autoria, implementação, testes e análise dos dados. Essa idéia de reusabilidade, vinda da Ciência da Computação, está relacionada ao aproveitamento dos esforços para construção do material (códigos, conteúdos, links, arquivos, etc). Dessa forma, o material poderia ser utilizado em outro momento, compartilhado com outras pessoas ou até mesmo remixado.

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    Aspectos pedagógicos
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    Os aspectos pedagógicos estão relacionados com a concepção epistemológica aceita pelo professor e/ou equipe pedagógica envolvida na concepção do mesmo. Reategui e Finco(2010) destacam três teorias importantes:
    1. Construtivismo: a prática pedagógica está baseada na interatividade, na aprendizagem colaborativa, na autonomia do sujeito e na forma de trabalhar o erro (COSTA, 2005 apud REATEGUI e FINCO, 2010).
    2. Comportamentalista: fundamentada principalmente na teoria de Skinner, baseada na idéia de que a aprendizagem é uma reorganização de respostas em situações complexas. O comportamento poderia ser modelado como uma função com variáveis internas e externas (SCHUNK, 2008).
    3. Teoria sócio-interacionista de Vygotsky: fundamentada nas interações sociais entre estudantes, e entre estudantes e professores, e estas têm um papel fundamental nos processos de aprendizagem.
    A tabela 1.1 abaixo mostra as questões norteadoras de cada concepção, as quais, segundo os autores, podem servir de base para a avaliação de um OA.
    Concepções Epistemológicas
    Construtivismo Comportamentalista Sócio-interacionista
    • Propõe situações-problema que envolvam a formulação de hipóteses, a investigação e/ou a comparação?
    • Apresenta recursos (como exercícios, alternativas de navegação) que favorecem a capacidade de elaboração a partir da ação e reflexão?
    • Apresenta diferentes caminhos para solucionar um determinado problema?
    • Possibilita o registro e a consulta às ações desenvolvidas, permitindo que o aluno reveja e retome seu processo de construção do conhecimento?
    • Instiga a procura de outras informações em diferentes fontes de pesquisa?
    • Apresenta informações em seções breves?
    • Testa o aluno após cada seção?
    • Fornece recompensa para respostas corretas?
    • Só permite seguir para outro nível se obtiver resposta esperada do aprendiz?
    • Propõe questões que incentivam a memorização?
    • Obriga o aluno, no caso de erros, a retornar ao ponto anterior?
    • Promove debate sobre os tópicos trabalhados com outros alunos, ou com o próprio professor?
    Tabela 1: Questões que permitem identificar um OA dentro de uma concepção epistemológica.

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    Exemplos de OA
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    Os autores destacam também que seria importante que o objeto de aprendizagem fosse capaz de se adaptar aos diferentes estilos de aprendizagem dos estudantes, possibilitando explorar de maneira mais efetiva suas habilidades e desenvolver outras com as quais possam ter mais dificuldades.
    Veremos alguns objetos de aprendizagem. Que concepções epsitemológicas podemos destacar em cada um? É viavel o uso em sala de aula? Como utilizá-lo para que se adeque a sua maneira de compreender o processo de ensino-aprendizagem?
    Descubre las claves para el desarrollo de simuladores formativos, un nuevo recurso educativo que abre nuevas vías para la enseñanza. Explicamos las claves a través del proyecto de creación de simuladores formativos para Formación Profesional, desarrollado dentro del marco del Plan Avanza.
    EduVirtua
    O objeto de aprendizagem (OA) EduVirtua tem como principal objetivo explorar o potencial pedagógico da utilização de Mundos Digitais Virtuais (MDVs) na formação de professores da Educação Superior. Compreende-se que a Formação Docente para a Educação Superior perpassa inúmeros caminhos que possibilitam a reflexão do ato de educar. Entende-se que esta ação deve ser direcionada para a construção compartilhada de saberes e o estabelecimento de interações e relações sociais que, atualmente, encontram-se muito presentes nos MDVs.

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    Exemplos de OA
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    OA de Literatura infantil. Este objeto apresenta ao futuro leitor o prazer que se pode ter com a leitura. Conscientizar o leitor da importância dos diferentes saberes, e destes servirem como alicerce para novas construções. Episódio do programa Categorias Literárias, exibido pela Biblioteca Virtual dos Estudantes de Língua Portuguesa (BibVirt), aborda e destaca as primeiras manifestações da Literatura infantil. Apresenta características e referências literárias relacionadas a essa temática.

    Este AO mostra as teorias dos filósofos sobre conhecimento e como é feita sua disseminação . Apresenta as teorias dos filósofos Thomas Samuel Kuhn e Michael Foucault sobre o conhecimento humano. Traz como as informações e o conhecimento era divulgado e distribuído antes da Internet. Para visualizar este recurso é necessário instalar o Flash Player. Componente Curricular: Educação Superior.Ciências Humanas.Universidade de Brasília (UnB)

    As características descritas até aqui tornam os OAs recursos interessantes de serem utilizados em sala de aula. Ou como maneira de favorecer as interlocuções que gerarão conhecimento ou para prover o professor de recursos que podem ser utilizados num contexto educacional.
    Isto é, um objeto de aprendizagem é um artefato de apoio às práticas pedagógicas, sendo um elemento mediador, entre conhecimento e aluno. Ao aprender, o aluno constrói estruturas cognitivas e utiliza outras construídas anteriormente. Para isso, fazem levantamento de hipóteses (confirmadas ou refutadas), possibilitando a aquisição de novos olhares sobre formas de fazer (método), maneiras de aplica (tecnologias) e limites do conhecimento adquirido (o conhecimento não é uma verdade absoluta). Isso traz ao professor, não só a dimensão autoral, mas também um eficiente planejador de suas ações pedagógicas, pois existem objetos que favorecem a motivação, outros para visualização de conceitos complexos, além de proporcionar ao aluno o papel de sujeito do seu processo de aprendizagem.

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    Repositórios
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    Um objeto de aprendizagem pode ser um texto, um hipertexto, um fragmento de um vídeo, uma simulação, áudio, imagem, etc. Que estratégia utilizar para que um objeto de aprendizagem seja reutilizado? Segundo Willey(2000), os objetos de aprendizagem, sendo unidades digitais e estando disponibilizados na internet, podem ser criados colaborativamente e acessados de forma simultaneamente, a partir de um repositório, podendo-se obter novas versões.
    Um repositório é um sistema estruturado com banco de dados em que os objetos de aprendizagem são armazenados de acordo com seus metadados. É uma biblioteca virtual, em que pode-se fazer busca, visualizar e fazer download e/ou upload de objetos de aprendizagem. Esses repositórios podem ser livres (desenvolvidos por universidades ou instituições de ensino) ou pagos.
    O Brasil iniciou sua participação em construção e criação de repositórios no Projeto Rived - Fábrica Virtual, em 2004, motivado pelas possibilidades de inclusão das novas tecnologias no processo de formação de professores (APPEAL, BORGES, NUNES, 2008).
    Esse projeto é desenvolvido pelo Ministério da Educação - MEC. Tem como propósito a produção de conteúdos pedagógicos digitais, na forma de objetos de aprendizagem, para as diferentes áreas do conhecimento, no intuito de melhorar e adequar às condições de ensino-aprendizagem e incentivar a utilização de novas tecnologias nas escolas.
    Abaixo temos exemplos nacionais e internacionais de alguns repositórios de OA.

    OE Banco RIVED
    PROATIVA NUTED BOA
    MERLOT AU-SPACE CESTA
    Agrega CAREO Portal do Professor

    Como utilizar os metadados? Basta fazer a busca nos repositórios, como ilustrado abaixo
    Busca_Proativa
    Figura: Busca no sítio PROATIVA

    Busca Banco
    Figura: Busca no sítio Banco Internacional de Objetos Educacionais


    http://altaescuelacristiana.com/blog/?p=455
    Software de Autoria

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    Introdução
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    No Capítulo anterior vocês foram convidados a conhecer (para aqueles que ainda não conheciam) e/ ou rever sobre objetos de aprendizagem. Naquele momento o foco era tomar conhecimento e buscar algo que se adequasse a suas necessidades (formação de professores, aplicação em uma disciplina específica, etc.). Agora, vocês estão sendo convidados a construir objetos de aprendizagem.
    A idéia básica perpassa pela idéia de autoria. Qual o seu conceito para autoria? Como lidar com autoria no contexto atual?
    Segundo Fernandez (2001) a autoria é “o processo e o ato de produção de sentidos e de reconhecimento de si mesmo como protagonista ou participante de tal produção”. Tomando Vygotsky(1984,1994) como referência, o processo de autoria passa pela construção de estruturas psicológicas superiores e estas são construídas em contexto cultural/social. Pode-se entender o ciberespaço como uma construção coletiva, carregada de simbolismos e espaço fecundo para construção e divulgação de conhecimento. Por isso, neste capítulo será falado sobre software para construção de objetos de aprendizagem, as ferramentas de autoria. É um convite para autoria ( individual ou coletiva) e sua socialização no ciberespaço.
    Uma ferramenta de autoria é um software para produzir arquivos digitais em diferentes mídias (texto, imagem, som etc.)(LEFFA,2006). É um editor que torna simples e amigável a tarefa de desenvolver conteúdos digitais. Isto é, para desenvolver um conteúdo não é necessário saber uma linguagem de programação ou lógica de programação, não requer muitos conhecimentos técnicos. É necessário, saber interagir com a ferramenta. No entanto, a maioria das ferramentas de autoria permite a utilização de uma linguagem de programação o que favorece o desenvolvimento de aplicações mais sofisticadas.
    Para Leffa (2006), um software de autoria propicia a autoria do professor no que tange às necessidades prementes dos alunos, sem interferir na linha pedagógica utilizada pelo professor. O mecanismo de funcionamento do software é predeterminado pelo desenvolvedor, mas o conteúdo e a maneira como as atividades serão conduzidas e selecionadas são definidas exclusivamente pelo professor.
    Então, para desenvolver um objeto de aprendizagem, com base uma ferramenta de autoria, deve-se possuir uma abordagem pedagógica que norteiam a criação e uso, estratégia e metodologia de aprendizagem bem definida (MARTINEZ, 2000 apud MACEDO, 2010), bem como o domínio da(s) ferramenta(s) de autoria para sua construção.
    Na tabela abaixo contém alguns exemplos de softwares de autoria mais conhecidos.
    Software de Autoria
    HagaQue O HagáQuê foi desenvolvido no NIED, tem como objetivo facilitar o processo de criação de uma história em quadrinhos por uma criança ainda inexperiente no uso do computador, mas com recursos suficientes para não limitar sua imaginação.(Livre)
    HOT
    O HotPotatoes é um software desenvolvido pela equipe do Laboratório de Pesquisa e Desenvolvimento da Universidade de Victoria. Possui 6 ferramentas de autoria para a elaboração de atividades dinâmicas que podem ser publicados na Web.(Livre)
    Visual Class VisualClass é um software para criação de conteúdo multimídia, funciona em Linux e Windows (multiplataforma). Este software permite que o usuário enriqueça suas publicações, como apresentações, trabalhos escolares e projetos diversos, com imagens, textos, sons, animações, vídeos, jogos e exercícios com correção automática.(Pago)
    JClic JClic é um programa para a criação, realização e avaliação de atividades educativas multimedia, desenvolvido na plataforma Java. É uma aplicação em software livre baseada em código aberto que funcionam em diferentes sistemas operativos: Windows, Linux e Mac OS.(Livre)
    ToonDoo ToonDoo permite criar tirinhas e cartoons totalmente personalizados sem saber desenhar.

    Nesse curso, serão trabalhados dois software, o Hot-Potatoes e o JClic. São softwares livres, cujas aplicações produzidas podem ser disponibilizadas em cursos oferecidos via Moodle. Esses serão apresentados a seguir.

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    Software de Autoria: HotPotatoes
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    O HotPotatoes é um programa desenvolvido pelo Grupo de Pesquisa e Desenvolvimento do Centro de Informática e Média da Universidade de Victoria, Canadá. Este contém um pacote de seis ferramentas ou programas de autoria, que possibilitam a criação de 6 tipos de exercícios interativos para a Web. Permite a criação de exercícios de múltipla escolha, resposta curta, palavras-cruzadas para serem publicados na web.
    É compatível com todas as versões dos navegadores (Internet Explorer e Netscape) e com as plataformas Windows ou Macintosh. O software está na sua 6 versão, sendo agora freeware, mas não é open-source.
    Hot Tela Inicial
    Figura: Tela inicial do HotPotatoes

    Com as ferramentas, JMatch e JMix, pode-se produzir exercícios que permitem clicar-arrastar-soltar, usando mouse , mas que somente funcionam nas versões mais recentes dos navegadores (IE 5.0 e Netscape6 ou superiores).
    O programa aceita caracteres portugueses e pode ser completamente configurado para a nossa língua, assim como quase todos os aspectos do interface (cores, tipo de letra, etc.).

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    Instalando o HotPotatoes
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    Para obter o software abra a página http://hotpot.uvic.ca/ e clique na guia Download. Nela, pode-se escolher a versão adequada para o sistema operacional do usuário(Windows 98/ME/NT4/2000/XP/Vista, Linux, OS)

    Setup
    Figura: janela de download

    Após o download, abra a pasta em que foi salva e clique no botão Executar
    Download


    Bem-Vindo
    Clique no botão Seguinte

    Licença
    Escolha "Aceito o contrato" e Clique no botão Seguinte

    Deste ponto em diante clique no botão Seguinte.


    conectado

    Tipos de atividades no HotPotatoes
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    Tela Inicial
    Figura: Tela Inicial
    Para Criar atividades escolha uma das ferramentas disponíveis na tela inicial(Figura 1):
    1. Criar exercícios tipo completar. Extensão: *.jcl
    2. Criar exercícios tipo correspondência. Extensão:* jmt
    3. Criar questionários de múltipla escolha ou resposta curta. As perguntas podem ser de quatro tipos diferentes, incluindo de múltipla escolha e de resposta curta. Extensão: *.jqz
    4. Criar palavras cruzadas que podem ser preenchidas on-line. Extensão: *. jcw
    5. Criar exercícios tipo sopa de palavras ou palavra misturadas.Extensão: *.jmx
    6. Cria unidades com três exercícios. Extensão: *.jms
    O HotPotatoes é um software fácil de usar, com uma interface amigável. É possível integrar exercícos feitos no HotPotatoes no Moodle. Para isso, é necessário ter instalado no Moodle o módulo hotpot. Ao elaborar sua atividade no HotPotatoes, clique no Moodle na opção Adicionar atividade - Atividade HotPotatoes. Se não encontrar (esse módulo não é instalado na hora da instalação normal do Moodle) contatar o administrador Moodle para ativar o módulo. Esse pode ser é encontrado na página do Moodle.
    O arquivo do HotPotatoes que é inserido no Moodle não é o .html, mas o salvo com a extensão do Hotpotatoes (.jcw, .jmx, etc). A figura abaixo mostra como inserir uma atividade feita no Hotpotatoes no Moodle.
    hp

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    Exemplo de atividade do HotPotatoes
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    Os exemplos abaixo foram obtidos na rede.

    Exemplo 1: Desenvolvido pelo Centro de Competência da Escola Superior de Educação de Beja - Portugal.




    Exemplo 2:
    Desenvolvido no Software de autoria Hot Potatoes. Autoria: Profª Denise Maria Alves Pinheiro da Silva. Atividade de sistematização do uso das letras M e N antes de consoantes. Obitido no sítio da Secretaria de Educação de Porto Alegre - RS




    http://blog.opovo.com.br/Para Saber Mais...


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    Software de Autoria: JClic
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    O JClic é um software livre com licença GNU GPL em que é possível criar diversas atividades educativas multimídias como: quebra-cabeças(puzzles), associações, exercícios de texto, palavras-cruzadas, sopas de letras, etc. É desenvolvido na plataforma Java e funciona em sistemas operacionais Windows, Linux, Mac OS X eSolaris.
    Pode-se criar sequência de atividades, sendo possível configurar a ordem, tempo, contagem de erros e geração de relatório.
    O software pode ser obtido na zonaClic. Este é um serviço mantido pelo Departamento de Educación de la Generalitat de Cataluña, criado com o objetivo de difundir e apoiar o uso da ferramenta, além de oferecer um espaço cooperação, aberto a todos os educadores que queiram utilizá-lo e compartilhar as atividades criadas.
    Na zonaClic encontra-se tutoriais para instalaçãoe uso, lista de discussões, artigos sobre o uso do JClic, atividades, suporte eferramentas que podem ser úteis no desenvolvimento de atividades. A zonaClic está disponível em catalão, espanhol e em inglês.
    As atividades disponibilizadas são gratuitas, com CreativeCommons Atribuição Não-Comercial Compartilhamento, que não implica ganhos comerciais com as atividades. O usuário pode copiar, distribuir, comunicar publicamente a obra ou/e remixar. Mas não pode utilizá-la para fins comerciais. Mais informações procure na zonaClic em Biblioteca de Atividades.


    conectado

    instalando o Jclic
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    Para fazer o download do JClic, na zonaClic escolha instalação escolha o programa compatível com o sistema operacional e clique. Abrir a janela para download e clique no botão Download:

    instalação

    Na janela de download do navegador ou na pasta em que salvou o arquivo, dê dois cliques no ícone para começar a instalção.janela

    Clique no botão Ok.
    Aparecerá a seguinte Janela e Clique em Próximo
    Bem-vindo

    Aceite a licença
    Licença

    Clique nos botões: Próximo e Instalar até chegar a Janela
    Final

    No Desktop aparecerão três ícones:JClic Author, Jclic e Jclic Report.

    conectado

    Conhecendo o JClic
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    Disponível em: http://fisica.tubalivre.com/2010/06/utilizando-ferramenta-jclic-no-ensino.html

    conectado

    Criando uma atividade no Jclic
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    Com o JClic é possível criar sete tipos de atividades básicas:
    1. Associações - pretendem que o usuário descubra as relações existentes entre dois conjuntos de informação.
    2. Jogos de Memória - onde temos que descobrir pares de elementos iguais ou relacionados entre si que estão escondidos.
    3. Explorador, Identificando células e Tela de informação - que partem de um único conjunto de informação.
    4. Quebra-cabeças (Puzzle) - planeja a reconstrução de uma informação que está inicialmente desordenada. Essa informação pode ser gráfica, textual, sonora ou combinar aspectos gráficos e auditivos ao mesmo tempo.
    5. Atividades de resposta escrita - são resolvidas escrevendo-se um texto (uma só palavra ou frases relativamente complexas).
    6. Texto: Atividades de texto - são planejados exercícios baseados sempre nas palavras, frases, letras e parágrafos de um texto, onde será necessário completar, entender, corrigir ou ordenar. Os textos podem conter também janela de imagem com conteúdo ativo.
    7. Cata-palavras e Palavras cruzadas - são variantes interativas dos conhecidos passatempos com palavras escondidas.


    http://jehoisler.blogspot.com/2011/03/o-quebra-cabeca-da-vida.htmlVamos criar uma atividade simples: Um quebra-cabeça.


    O quebra-cabeça é uma atividade para se reconstruir um conteúdo gráfico ou textual que inicialmente está desordenado. Existem três modalidades diferentes de Quebra-cabeças: duplo (Double puzzle), de troca (Exchange puzzle),com lacuna (Holle puzzle). Para criar um quebra-cabeça, devemos:

    Passo1: Clique no ícone do Jclic Author
    Passo2:Iniciar um novo projeto: Arquivo --> Novo Projeto

    Arquivo

    Passo3: Configure as informações do Projeto

    Informações

    Passo4: Depois de adicionar as informações, clique na aba Atividade. Clique no ícone Ícone Atividade

    Atividade



    conectado

    Criando uma atividade no Jclic
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    Passo5: Aparecerá a janela para escolher o tipo de atividade. Escolha a atividade: Quebra-cabeça duplo. De um nome a atividade: Quebra-cabeça. Clique em Aceitar.

    Nova Atividade

    Passo6: Na janela Atividade, aparecerão 4 abas: Opções, Janelas, Mensagens e Painel. Na aba Opções pode-se fazer comentários sobre a atividade, escolher se será incluido no relatório, marcar os contadores, etc.

    Opções

    Passo7: Na guia Janela, pode-se escolher do cor de fundo da Janela Principal e da Janela de Jogos.

    Passo8:Na guia Mensagens pode-se colocar as mensagens que aparecerão ao inicar o jogo, quando ocorrer um tentativa errada e ao final do jogo.
    Mensagens


    Passo9:Na guia Painel, escolhe-se o tipo de quebra-cabeça:quebra-cabeça com uniões curvas.
    Grade

    Passo10: Para inserir uma figura, clique em Imagem. Aparecerá uma janela "Seleção de Objetos Multimídias".
    Objetos Multimídias

    conectado

    Criando uma atividade no JClic
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    Passo11: Salve seu projeto. Para visualizá-lo, abra o JClic e abra o seu projeto.

    Veja como ficou a atividade Quebra-cabeça!



    conectado

    Referências Bibliográficas
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