Uma biblioteca nacional é uma biblioteca especificamente estabelecida pelo governo
de um país para servir de repositório do patrimônio bibliográfico
(livros, jornais, revistas, folhetos, gravações, etc.) desse país. Ao
contrário das bibliotecas públicas,
uma biblioteca nacional é composta por coleções únicas e históricas de
acesso restrito ao público, também raramente oferece aos cidadãos
serviço de empréstimo. No entanto, há definições mais amplas de uma
biblioteca nacional, colocando menos ênfase ao caráter repositório.
Difere-se do Arquivo Nacional,
pois não guarda documentos administrativos, legais ou coleções de
instituições públicas ou particulares. Pela sua função depositária, as
bibliotecas nacionais são geralmente notáveis pelo tamanho de seus
acervos e edifícios, comparada com outras bibliotecas do mesmo país.
É responsável pelo controle bibliográfico, através do registro, coleta e guarda das obras bibliográficas publicadas no país, amparando-se na lei federal de depósito legal.
Como custódio do patrimônio de uma nação, nos casos previstos na lei de
depósito legal, certa quantidade de exemplares das obras impressas ou
produzidas em outros suporte no país, devem ser depositadas na
biblioteca nacional. Esta medida também serve para registrar e constatar
os direitos do autor.
Algumas comunidades autônomas e estados que não são independentes,
mas que desejam preservar a sua cultura particular, criaram uma
biblioteca nacional com todos os atributos de tais instituições, tais
como o depósito legal.
O princípio do depósito legal
é comumente aplicado nos países que possuem biblioteca nacional para
auxiliar na regulamentação e controle da produção bibliográfica
nacional, possuindo particularidades de acordo com as orientações de
cada país.
No Brasil
o depósito legal está disposto nas Leis n° 10.994, de 14 de dezembro de
2004 e nº 12.192, de 14 de janeiro de 2010, que obriga o repasse de
pelo menos um exemplar de todas a publicações produzidas no país à
Biblioteca Nacional, buscando assegurar o recolhimento, guarda,
preservação e difusão da produção intelectual brasileira. Inclui-se
obras de natureza bibliográfica e musical.
No Reino Unido, a Lei de Depósito Legal de Bibliotecas de 2003 (The Legal Deposit Libraries Act 2003) reafirma a Lei de Direitos Autorais de 1911, que uma cópia de cada livro publicado, deve ser enviado à Biblioteca Nacional (British Library). Cinco outras bibliotecas (a Biblioteca Bodleian da Universidade de Oxford; a Biblioteca Universitária de Cambridge; a Biblioteca Nacional da Escócia; a Biblioteca do Trinity College, em Dublin; e a Biblioteca Nacional do País de Gales)
têm direito a solicitar uma cópia gratuita no prazo de um ano da
publicação. A natural internacionalização da indústria editorial garante
que todos os importantes publicações de língua inglesa a partir de
outras partes do mundo também estão incluídos.
Na Irlanda, a Lei de Direito Autoral e Direitos Correlatos de 2000 (Copyright and Related Rights Act 2000) especifica que uma cópia de cada livro publicado deve ser entregue à Biblioteca Nacional da Irlanda; à Biblioteca do Trinity College, em Dublin; à biblioteca da Universidade de Limerick; a biblioteca da Dublin City University; e na Biblioteca Britânica. Quatro cópias devem ser entregues à Universidade Nacional da Irlanda
para distribuição às suas unidades constituintes. Além disso, a pedido
por escrito, no prazo de doze meses de publicação, uma cópia deve ser
entregue à Biblioteca Bodleian, da Universidade de Cambridge Library, à Biblioteca Nacional da Escócia, e à Biblioteca Nacional de Gales.
Na Austrália,
a Lei de Direitos Autorais de 1968 e outros atos de lei requerem que
uma cópia de cada livro publicado na Austrália deverá ser depositado na Biblioteca Nacional da Austrália,
em biblioteca estaduais relevantes para o estado em que o livro foi
publicado, e em algumas bibliotecas de outros estados tais como as parlamentares e bibliotecas universitárias.
Um sistema semelhante também existe no Canadá, com relação à sua biblioteca nacional, conhecida como Biblioteca e Arquivos do Canadá (Bibliothèque et Archives Canada) e a Bibliothèque et Archives nationales du Québec, em Quebec,
que dá direito a dois exemplares (para publicações a varejo que custam
menos de US $ 250), ou uma cópia (para publicações a varejo que custam
US $ 250 ou mais) de livros publicados em Quebec desde 1968.
Desde 1537, todas as obras publicadas na França deve ser depositadas na Bibliothèque Nationale de France. Desde 1997, ela também recebeu depósitos de obras digitais.
Desde 1661, a Biblioteca Real sueca é amparada pelo direito a uma cópia de todos os trabalhos publicados na Suécia.
Em Cingapura, a Lei do Conselho da Biblioteca Nacional (National Library Board Act)
exige que todos os editores em Cingapura depositem duas cópias de cada
publicação para o Conselho de Biblioteca Nacional, dentro de quatro
semanas a partir da data de publicação.
Outros países, como Estados Unidos, não seguem essa exigência. Os Estados Unidos,
no entanto, exigem que qualquer editor apresentar duas cópias de uma
obra intelectual para o Escritório de Direitos Autorias dos Estados
Unidos (United States Copyright Office) na Biblioteca do
Congresso - isto é conhecido como depósito obrigatório - mas a
instituição é seletiva sobre que trabalhos mantém no acervo. A natureza internacional da indústria editorial garante que todos as importantes publicações de língua inglesa
produzidas em outras partes do mundo também sejam incluídas. Tem também
as bibliotecas depositárias federal, que recebem uma cópia de todas as
publicações do escritório de imprensa do governo.
Um dos principais objetivos de uma biblioteca nacional é cumprir parte do objetivo comum internacional de controle bibliográfico
universal de uma nação, garantindo o controle bibliográfico de todos os
livros publicados no país em questão ou livros em língua nacional
produzido em outros países, de alguma maneira.
A primeira parte do objetivo é normalmente conseguida através dos
meios de leis de depósito legal ou (como é o caso dos Estados Unidos)
por uma série de programas diferentes, tais como um serviço de catalogação na publicação. Por este serviço, a Biblioteca do Congresso cria a ficha catalográfica
do livro (catalogação na fonte) para qualquer editora que envia um
projeto final ou algum tipo de prova de um livro atualmente em produção.
Outras bibliotecas nacionais oferecem serviços semelhantes ou aplica
práticas obrigatórias similares a esta.
A segunda parte do objetivo é alcançado através de programas de aquisição e políticas de desenvolvimento de coleções
que têm como alvo os mercados de livros em outras nações, e que
fomentam acordos internacionais com outros países com bibliotecas
nacionais que têm controle bibliográfico nacional como um dos seus
objetivos. Protocolos de intercâmbio e acesso são definidos permitindo estes países a ler os catálogos
uns dos outros e padronizar entradas de catálogo, tornando assim mais
fácil para cada biblioteca nacional para se tornar consciente de cada
possível documento publicado que poderia incluir na biblioteca de seu
país.
A palavra
Gestão oriunda da palavra gerência, como define Aurélio (2010).
Gerir ou gerenciar atrela-se, naturalmente, ao exercício da livre tomada de
decisões, em condições eventuais de certeza, incerteza, instabilidade e
imprevisibilidade e sobremaneira ao alcance dos objetivos pleiteados para o
sucesso de uma Equipe, daí o seu grande desafio, como discute Andrade &
Amboni (2009).
Não há como falar
em Gestão se não falarmos de sua origem e de seus pressupostos teóricos. A
gestão, embora aqui tomada em sua especificidade – educacional - está atrelada à
Ciência Administrativa e aos seus embasamentos teóricos.
A Gestão atrela-se
ao surgimento da Administração, enquanto ciência. Podemos falar que vem em um
caráter embutido e pragmático, mas só ressoa como vocábulo comum ao processo de
gerenciamento de empreendimentos na fase mais contemporânea da Administração,
talvez pelas próprias nuances que a ciência ganhou e tomou formato de decisões.
Para Araújo (2010), a palavra Administrador acabou cedendo lugar a Gestor,
porque no passado as chamadas funções administrativas eram destinadas apenas ao
Administrador, hoje, entende-se que a gestão ocupa vários espaços, e todos os
gestores, sejam eles educacionais, de finanças, de marketing, hospitalares e
demais devem cumprir as funções que norteiam a ação, num primeiro momento,
delimitada como: planejar, organizar, dirigir e controlar, assunto que
discutiremos no decorrer deste capítulo.
Quando se fala em
gerenciamento, há que se atrelar alguns conceitos pertinentes e norteadores do
trabalho de um gestor. Seriam eles: Eficiência, Eficácia, Efetividade e Relevância.
Para Andrade &
Amboni (2009), esses são os termômetros de execução da arte Administrativa,
porém é bom verificar sua antonímia.
Telescópio
da Gestão
A Eficiência está relacionada aos conceitos
da racionalidade econômica, aos meios, ou seja, à equação proporcional existente
entre custo /benefício, ou em outras palavras, o caminho que a organização pode
lograr ou escolher para o alcance dos resultados tracejados, a fim de produzir
um serviço ou produzir um bem. A idéia aqui perpassa pela coerência entre meios
e fins.
O alcance dos
objetivos de uma organização traduz o conceito de Eficácia.
Para Zey-Ferrel apud Andrade & Amboni (2009), a eficácia
pode ser entendida como a capacidade de que tem a organização em adquirir e
utilizar os recursos na persecução de seus objetivos. É como se criássemos um
medidor organizacional, seu espectro e sua razão de existir. Neste momento, pode
o gestor avaliar, por critérios práticos ou subjetivos, os resultados
alcançados, sendo este de caráter quantitativo e/ou qualitativo. Entende-se,
portanto, que a gestão é norteada não somente por decisões e sua aplicabilidade,
mas, sobretudo pelo avaliar constante de sua execução. A Gestão é contínua e não
pode ser mensurada, apenas, em momentos pontuais e estanques, mas em uma
constância natural de seus pressupostos, concilia-se dessa maneira o elo entre
eficiência e
eficácia.
Num mundo
globalizado, em que são estreitas as relações, não podemos imaginar um sistema
de gerenciamento, engendrado em si mesmo ou limitado em suas esferas internas de
atuação. A organização não se limita a si. Entende-se que numa sociedade de
organizações, como bem salientaram os Estruturalistas, a organização pertence a
uma dinâmica natural de inter-relações, encara-se de maneira mais explícita a
organização como um sistema aberto, com uma interface natural com o meio
ambiente. A Eficácia, agora, toma uma roupagem diferenciada, rompe lastros
internos e demonstra a capacidade que a organização tem de interagir com o meio
externo, surge, portanto, a efetividade demonstrando se os produtos
e/ou serviços prestadospelas organizações estão ou não
atendendo às necessidades e expectativas do mercado.
O
efeito
No momento em que
o gestor utiliza-se da efetividade, pode obter e estar aberto
ao recebimento de feedbacks para o aperfeiçoamento contínuo de suas
atividades, buscando o aprimoramento das mesmas, antenado com o meio, suas
exigências, tendências. Nota-se, portanto, que a aplicação da efetividade
prioriza o impacto social da organização, seu desempenho é mensurado pelo grau
de aceitação de seus produtos e/ou serviços, pela sua capacidade de atingir
objetivos socialmente desejáveis, reforça Andrade & Amboni (2009).
Contextualizando essa dinâmica,
percebe-se que a organização é uma entidade viva, bem definida por Morgan
(2006), no uso de atributos e metáforas precisas. Portanto, finalizando essa
discussão, a relevânciaparte do desempenho, do significado, do
critério de desempenho filosófico e antropológico, medido em termos de valor,
importância, ou da pertinência dos atos e fato administrativos para a vida dos
participantes do sistema organizacional, como bem assinalado por Sander (1982).
Ou seja, a relevância sugere a noção de ligação, de relação, de essência com
alguém ou algo. Balizadora de sua razão de existir, de sua importância para um
contexto macro: social, político e econômico.
Todo exercício de gerenciamento prenuncia
o uso de alguns atributos, tomados na literatura administrativa como funções do
gestor ou do administrador, compactada pela sigla PODC, esses itens são
fundamentais para o alcance das atividades anteriormente discutidas.
O PODC, desmembrado em sua essência, serve de suporte para o
dimensionamento das seguintes atividades: planejar, organizar, dirigir e
controlar, delimitam a ação da gestão para efetividade do processo, como bem
salienta Araújo (2010) e há que se considerar também uma razão lógica entre a
seqüência dessas funções.
O planejamento, ação precípua e necessária ao início de
toda e qualquer atividade sistematizada, diz respeito às implicações de ações do
presente para confluência do que será agregado no futuro. Planejar é antecipar.
Não é a ação, é a intenção. Define-se primeiro, onde se quer chegar para então
tomar decisões. O que? Quando? Quanto? Como? Por quê? São indagações propositais
e necessárias para o desenvolvimento de um planejamento.
Depois de traçadas
as metas organizacionais, é necessário efetivar ações para o planejamento,
chega-se ao ato de organizar, é também o momento de confluência
com a eficiência. O ato de organizar compreende a ação de distribuição de poder,
das tarefas, das responsabilidades e da prestação de contas; ele também expressa
a distribuição otimizada dos recursos da organização.
Bem, feito o
planejamento e se organizado frente aos recursos disponíveis, é hora dar a ordem
de comando, aqui assinala-se a liderança como norteadora das ações. A liderança
do sentido do convencimento, do levar avante um equipe e seus propósitos e
sobretudo fazer com que o objetivo seja agora coletivo, porque se precípua numa
ação de todos, de uma ação comum, afinal perpassa por um objetivo de uma equipe,
e é importante que os anseios sejam contemplados para efetiva motivação e
inclinação na efetividade e na perpetuação dos propósitos.
Se a ordem de
comando foi dada, no processo de gestão é importante um balizador de vigília, ou
seja, o controle como fonte necessária de fiscalização entre a
intenção, o almejado e o realizado. O ato de controle demonstra a
compatibilidade entre o que se planeja e o que se alcança. O produto principal
do controle é a informação.
Ao assistirmos este vídeo, verificamos a presença dos
princípios administrativos aqui estudados. O Cirque du
Soleil não é apenas um espetáculo primoroso porque assim se
tornou, mas assim se fez porque todos os precedentes necessários a sua
realização se fazem presentes, em outras palavras, além da competência e da
habilidade inerentes aos espetáculo circense, o PODC é um exercicio de fácil
verificação em sua constituição. Não há como não perceber também a idealização
prática dos elementos da eficiência,
eficácia, efetividade e relevância. Ou seja, é a Gestão Viva e
Exemplificada.
Dinâmica
da gestão
Assinala-se que, a
gestão por ser contínua também é permeada por especificidades que lhe são
próprias. O ato de Administrar altera em função do grau de complexidade no qual
está inserido, por isso é imprescindível perceber que as decisões ocorrem em
níveis de gerenciamento e a cada um é delegado o grau de responsabilidade no que
se refere ao todo e ao que se inclui em cada patamar, daí por que se falar em
níveis de tomadas de decisão.
O nível
estratégico de uma organização está dimensionado em seus gestores
maiores, ou seja, aqueles, que ocupam lugar na alta cúpula, ou melhor, dizendo,
nos níveis gerenciais mais altos, nas posições estratégicas dentro das
organizações.
O nível
tático, como demonstrado da Figura 2, é representado pela gerência,
sendo o mesmo responsável pela articulação do que é pensado na esfera
estratégica e na realização no nível operacional. O nível tático ou gerencial
deve atuar como um multiplicador para assegurar o alinhamento estratégico entre
todos os níveis, é uma espécie de maestro, buscando a conciliação entre o que se
quer e o que se edifica.
Já o nível
operacional é formado pelo chamado “chão da fábrica”, que aqui trataremos como o
executor. É o nível que atrela para si a execução e a realização das atividades
cotidianas.
Para finalizarmos
este primeiro módulo de discussão, é importante que assinalemos também a
referência entre atividades fins e atividades meio. As atividades
fins, como bem assinala Andrade & Amboni (2009) são aquelas
vinculadas diretamente ao “carro chefe” da empresa. Por exemplo, em uma empresa
comercial, as atividades do departamento comercial podem ser preteridas como
finalísticas, por manterem uma relação direta com a razão de ser da organização.
Em uma escola, todo aparato pedagógico e voltado para os objetivos educacionais,
passam neste caso, a ser o objetivo principal de gestão, então, propor uma
educação de qualidade e atenta aos objetivos de cidadania, deve ser sua razão
precípua de existência, portanto, sua atividade fim.
As
atividades meio são aquelas que dão suporte ao desenvolvimento
das atividades fins. Por exemplo, as atividades contábeis servem de apoio para o
desenvolvimento das atividades comerciais. Já os trabalhos de Secretaria e
Alimentação Escolar, referendam atividades meio, para consecução de um objetivo
maior que é a Educação.
Parafraseando o
educador Pedro Demo, a relação mais forte entre educação e desenvolvimento passa
pela questão da qualidade política, ou seja, pela competência humana de se fazer
sujeito capaz de escrever sua própria história. O melhor combate que a educação
pode travar é contra a pobreza política, no sentido de sedimentar a cidadania
crítica e prática voltada para projetos alternativos de desenvolvimento. O maior
problema social que ainda se tem a enfrentar é a ignorância, porque esta nega a
capacidade de cada um de encontrar soluções.
Conciliar Educação e Gestão tem sido tarefa nova e de enfoque inovador.
A Escola que albergava apenas livros, cadeiras, quadros e um sentido unilateral
de se fazer Educação, hoje, traz para si o desafio de conciliar o ato de Educar,
com o alcance de objetivos, além de assumir o desafio da gestão pela qualidade,
pelos resultados e por objetivos. Antes, a Gestão que estava atrelada apenas ao
enfoque limitado da Administração e suas organizações mais precípuas, hoje,
delineiam sobre a mobilização dinâmica e coletiva do elemento humano, sua
energia, sua proatividade e sua competência, como condições básicas para a
melhoria da qualidade de ensino e a transformação da própria identidade da
educação brasileira, que leva a termo e dimensiona também um contributo social
de relevada importância, por ser a Educação a mola propulsora das grandes e
maiores transformações sociais.
Para Luck (1998),
a Gestão Educacional deve ser entendida como uma dimensão e um enfoque de
atuação que tem como objetivo a promoção da organização, da mobilização e da
articulação de todas as condições materiais e humanas necessárias para garantir
o avanço dos processos socioeducacionais das instituições de ensino. Em linhas
gerais, a gestão educacional no novo tempo é caracterizada pela reconhecimento
da importância da participação consciente e esclarecida dos seus agentes, é o
fortalecimento da democratização do processo pedagógico.
Expandindo o mesmo
conceito, Sousa (2008) nos chama a atenção para a democratização da Gestão
Educacional. O autor referenda o romper do termo Administração Escolar para
Gestão Educacional, entendendo o mesmo não ser este apenas uma ruptura de
terminologia, mas sobretudo como uma adoção logosófica, ou seja, altera-se o
termo e muda-se a forma de conceber a idéia, parte-se para um novo parâmetro de
significados, ações e posturas. O Gestor Escolar como afirmado em um trabalho
conjunto com o MEC e a UNESCO é
cada vez mais obrigado a levar em consideração a evolução da idéia de democracia
e gestão. Avança-se no conceber e no edificar. Isso nos permite pensar em Gestão
Educacional no sentido de uma articulação consciente entre ações que se realizam
no cotidiano da Instituição de Ensino e o seu significado político e social.
Acrescenta-se aos objetivos da Instituição de Ensino o Exercício de Educar e o
despertar para o papel do indivíduo e o exercer de sua cidadania, sejam eles
gestores, professores ou estudantes.
Segundo Luck
(1997), a dinâmica intensa da realidade e seus movimentos faz com que os fatos e
fenômenos mudem de significado ao longo do tempo; as palavras usadas para
representá-los deixam de expressar toda a riqueza da nova significação.
Partindo da
literatura metafórica de Morgan (2006) e de seus pressupostos teóricos, ousa-se,
sem duvidar do seu efeito, a posse da contextualização dos sistemas educacionais
e dos estabelecimentos de ensino como unidades sociais, como organimos vivos e
dinâmicos e como tal devem ser entendidos. É bom ressaltar, que a proposição,
ora aqui descrita, não quer apenas a substituição de vocábulos e/ou
terminologias, ou apenas rompimentos de acervos semânticos, nem sequer propor o
depreciar da administração enquanto gênero, mas sim um inclinar a novas posturas
e novas concepções, dinamicidade como força na construção de uma nova realidade
para educação brasileira. A Gestão Educacional não prescinde, nem extirpa a
ótica da administração educacional, apenas a supera dando um novo significado,
mais abrangente e potencialmente transformador.
A Gestão
Educacional tem parâmetro contemporâneo, como já assinalado anteriormente, não
era prática constante nos estabelecimentos de ensino, que até então via seu
processo de maneira unilateral e centralizador em si mesmo. Seu direcionamento
é, portanto, ainda, um grande desafio, posto a sua recente inserção nos moldes
da educação brasileira. Se no presente se faz assim, podemos também dizer que o
futuro emerge albergar para si tantos outros reptos, posto que a gestão, ora se
faz presente, buscando contextualizar e edificar a qualidade como mediadora de
processo. Visto que esta se propõe a uma dinâmica que lhe é peculiar, e a gestão
é por si mesma movida por mudanças, o que se instala é um novo descortinar, um
construir para se edificar, para orientar resultados, isto é, um modo de ser e
de fazer concatenado por ações conjuntas, associadas para um objetivo comum.
O vídeo acima tem
como intuito despertar o efetivo papel da Gestão Educacional, permitindo
verificar que sua ação é uma atividade plural, que precisa ser dinamizada pelos
seus atores e responsáveis, e que na sua construção o individualismo e ações
unilaterais não existem ou não se combinam.
A Gestão
Educacional constitui uma dimensão importantíssima para a Educação, uma vez que,
por meio dela, a Escola e os problemas educacionais são visto de maneira global
e pela visão estratégica e de conjunto visa-se capturar e promover ações
interligadas, tal como uma rede, os problemas que, de fato, funcionam de modo
interdependente, como bem assinala Luck (1998).
Salienta-se que a
Gestão Educacional é uma atividade meio, uma propulsão de
caráter administrativo, que pode vir a ser ferramenta de propulsão de melhorias
nas instituições de ensino, desde que bem orientada e aplicada e não uma
atividade fim. Reforça-se que a atividade fim da gestão é a
aprendizagem, o livre exercício da cidadania pelos estudantes, de modo que,
cotidianamente vivenciem na escola e desenvolvam competências e habilidades que
a sociedade conclama, tais como: pensar criativamente; analisar informações e
proposições diversas, de forma contextualizada e crítica; expressar ideias com
clareza; ser capaz de resolver problemas e conflitos através de decisões
fundamentadas, dentre muitas outras sempre pleiteando o exercício da cidadania
responsável.
Como bem sabemos,
a Pedagogia é a ciência que tem por objeto de estudo a
educação. A palavra Pedagogia tem origem na Grécia Antiga, paidós
(criança) e agogé (condução). No decurso da história do Ocidente, a
Pedagogia firmou-se como correlato da educação é a ciência do ensino. Há que se
considerar que o ato de Educar é um fato social, cuja origem está ligada à da
própria humanidade. A compreensão do fenômeno educativo e sua intervenção
intencional fez surgir um saber específico que modernamente associa-se ao termo
pedagogia e que faz da mesma protagonista da essência dos estabelecimentos de
ensino, que ora se propõe a um dimensionamento social e político efetivo, agindo
para a tranformação, antenado à globalização e seus efeitos, à participação
coletiva e consciente, à praxis e à cidadania.
Do outro lado,
como já discutido com afinco, está a Gestão, inclinada a novos propósitos,
rompendo a essência outorgada pela antiga Administração Escolar, que se limitava
aos preceitos clássicos, restringia por ora a um entendimento tradicionalista,
marcado pelo autoritarismo, pela centralização de decisões e pela reprodução
unilateral de acertos, erros e conveniências, um gerenciamento outora pouco
fundamentado na política e no compromisso social. A Gestão Educacional
inclina-se para a construção de um novo paradigma, de construção de um novo
momento da educação brasileira. Regimenta-se pela dimensão política e social,
pela ação da transformação, pela propulsão da cidadania consciente, pela praxis
e pelo cuidar do bem-estar da educação, por entender esta como o caleidoscópio
próprio de nuances e transformações de desenvolvimento de uma sociedade mais
justa e igualitária.
Em um entre tantos
outros propalados, o Educador Paulo
Freire (2002), caracteriza a Educação como um processo
contínuo e diretivo, responsável pelo desenvolvimento do ser humano em
sociedade. Como processo, dizia o autor, age com o poder de elaborar e de
modificar comportamentos, podendo ser considerada como fator de mudança, por
isso diante da situação da sociedade brasileira e do momento emergencial que
esta mesma conclama intervenções eficazes e efetivas, “embora não podendo tudo”,
mas “podendo alguma coisa”, Freire (2002), ressalta que a educação possui
fundamental importância, é um mecanismo de, mesmo que lentamente, modificar a
herança opressiva, que não só os pobres e miseráveis carregam introjetada, há
séculos em seu “eu”.
Ressalta ainda o
referido Educador, que a “inexperiência democrática”, com a qual o povo vai se
acostumando a conviver, está enraizada na forma de agir, o que pode ser
percebido tanto nos oprimidos como nos opressores, embora estes, em situação
talvez um pouco mais cômoda, vistam uma roupagem do autoritarismo: “sabes com
quem estás falando?”. Por este prisma, conclama-se a imergir para a construção
do processo educacional que se faz necessário ou conveniente, posto que a
Educação em essência não é neutra. Seria ela portanto, de domesticação? Seria
ela alienadora? Ou seria, a mais sonhada de todas: a Libertadora?
Portanto,
leitores, o que se converge aqui é um convite à logosofia, um olhar para a vida, seu compartilhamento e suas
dimensões, propondo-se ao novo e ao que este, pode acrescentar em mudanças
oportunas. Crê-se, portanto, que a combinação entre Gestão e Pedagogia é
harmônica e necessária. Pensar a Educação e gerir suas atividades - fim e meio -
oportunizando contributos e ganhos, é demasiadamente motivador e por que não
dizer oportuno: emerge-se da utopia o direito à realidade.
Nesse processo de
construção da gestão educacional, não se cede lugar a alguns entraves, a
vitimização é um deles. Portanto, dizer que não é possível, que
o sistema não ajuda, que nada se espera de diferente ou inovador, ou que o aluno
não aprende, são realmente expressões e jargões já sem consolidação neste novo
espaço, e não congruência para sobrevivência deste tipo de pensamento. Ou seja,
à medida que a escola se fortalece e que o plano de gestão e o plano pedagógico
do estabelecimento de ensino se funtamentam, não se refuta, sob hipótese alguma,
a ideia de que o estabelecimento de ensino está pronto e acabado e que seus
membros gestores e docentes tem agora o poder de influência, ou muito pouco,
esses membros se consideram responsáveis pela qualidade do trabalho
desempenhado. No processo ora descrito, o individualismo também não encontra
espaço para a sobrevivência, como salienta Senge (1992), "quando os membros de
uma organização concentram-se apenas em sua função, ele não se sentem
responsáveis pelos resultados quando todas as funções atuam em conjunto" (Senge,
1992, p. 29). Em conseqüência, é da maior importância, a conscientização da
necessidade de redefinição de responsabilidades e não a redefinição de funções.
Aquelas centram-se no todo; estas, nas partes isoladas.
Neste propósito é
emergente considerar que embora estejam desenvolvendo ações diferenciadas –
ações pedagógicas e/ou gestão educacional – ambas convergem para um mesmo fim,
ou seja, a edificação de um projeto educacional estratégico e diferenciado,
comprometido com o contexto social e o legado a ele deixado. A Harmonia se faz
presente, a partir do momento em que cada um se permite num sapateado tênue e
preciso reverenciar seu contributo para o anseio coletivo, abrindo alas para a
participação de todos os integrantes, e entendendo de sobremaneira que o todo é
sempre maior do que a simples soma das partes, mas que a efusão e o repto são
norteadores precípuos de um trabalho de Equipe. Sapateemos em Equipe!
Gestão
Educacional, Administração Estratégica e Plano
Pedagógico
Ao delinearmos com
propósito, a Gestão Educacional e seus desafios, conciliando a prática
pedagógica com os objetivos preteridos por uma Educação mais comprometida, mais
humana e mais cidadã, a integração exigida e conclamada nasce de uma dinâmica
peculiar e necessária: a junção entre os preceitos
administrativos e a Estratégia necessária ao alcance daquilo que se
espera alcançar para o sucesso de uma Equipe, e aí retoma-se com efeito os
conceitos introdutórios deste módulo para introduzirmos o termo Administração
Estratégica.
Administração Estratégica
é um processo que envolve as cinco funções administrativas, são elas:
atividades de planejamento, organização, direção, coordenação e controle
, tendo esta política o intuito de atingir os objetivos organizacionais. A
Administração Estratégica é definida como um processo contínuo e interativo que
visa manter uma organização como um conjunto apropriadamente integrado ao seu
ambiente. No passado, o processo de administração estratégica era influenciado
em grande parte pelo departamento de planejamento das organizações. Os
integrantes desses departamentos eram envolvidos pelo projeto e implementação
dos sistemas de administração estratégica dentro de suas organizações.
Entretanto, mais recentemente, os departamentos de planejamento perderam um
pouco de sua influência (CERTO, 1993).
Há que se
considerar um distanciamento de conceito e aplicabilidade entre Administração
Estratégica e Planejamento Estratégico, muitas vezes, utilizados como sinônimos.
A priori, o que mais se pontua é que o primeiro é mais abrangente, enquanto, o
segundo encontra-se inserido como recorte deste. KOTLER (1975), um dos
defensores da sua utilização, propõe o seguinte conceito: “O Planejamento
Estratégico é uma metodologia gerencial que permite estabelecer a direção a ser
seguida pela Organização, visando maior grau de interação com o ambiente”. A
direção engloba os seguintes itens: âmbito de atuação, macro políticas,
políticas funcionais, filosofia de atuação, macro estratégia, estratégias
funcionais, macro objetivos, objetivos funcionais.
Tomando por base
este memorial, retoma-se aos estabelecimentos de ensino e sua nova propulsão
educacional, ou seja, o compromisso com a sociedade e o papel da Gestão
Educacional como mediadora deste momento de transformação. Propondo-se a pensar
a Gestão de Estabelecimento de Ensino por metodologias e princípios
administrativos, a Administração Estratégica insere-se no cenário, permitindo
que as bases construtivas e delimitadoras se façam presentes para a edificação
do referido trabalho. Começar pelo planejamento e ser direcionado pelos demais
pilares administrativos, é fonte precípua e fundamental para que ao iniciar o
referido processo, dê-se conta que empirismo e a notável e tradicional
experiência, cede lugar a ciência, seus preceitos e sobretudo à lógica de uma
pensamento instigado a um propósito e a vários acertos, o que se espera.
Dentro do cenário,
o Projeto Político Pedagógico, nada mais é do que um ordenamento de ações,
particularizadas, pensadas e precisam ser eficazes e efetivas, ou seja, tudo o
que se esboçou, documentou e postulou, precisa ganhar ânimo, fazer acontecer,
ganhar corpo e se estabelecer. Justamente, por este processo a Gestão ganha
vida, ganha significado e torna-se dinâmica e imprescindível.
Existindo projeto pedagógico próprio, torna-se bem mais fácil
planejar o ano letivo, ou rever e aperfeiçoar a oferta curricular, aprimorar
expedientes avaliativos, demonstrando a capacidade de evolução positiva
crescente. É possível lançar desafios estratégicos, como: diminuir a repetência,
introduzir índices crescentes de melhoria qualitativa, experimentar didáticas
alternativas, atingir posição de excelência.
O que suscita o
autor? Uma verdade que remonta e consolida tudo aqui discutido. O PPP é o anseio
democrático de uma Instituição de Ensino, através do qual a Gestão é conduzida
naturalmente para um alvo coletivo, vontades de uma comunidade, e um norteador
de decisões e encaminhamentos. Para que se atinja os objetivos pleiteados, nada
é mais natural do que o uso e o exercício livre da Administração Estratégica,
que ganha significado frente a um planejamento que orienta onde a Instituição
quer estar, o que quer ser.
O sucesso, a
unidirecionalidade, a homeostasia ou a negativa de todos deverá ser fruto do
processo decisório aplicado em relação às programações que poderão vir a ser
estruturadas da seguinte forma: linhas de ação, ações concretas, atividades
permanentes e determinações; que deverão ser concebidas pela comunidade
educativa como resposta de sua participação na construção do Projeto Político
Pedagógico.
O certo é que não
se pode conceber uma Gestão Educacional, conciliada com os novos desafios das
práticas pedagógicas, se ela não está alicerçada na Administração enquanto
ciência e deste modo, o legado aqui feito é apenas o começo para tantas e outras
discussões pertinentes e necessárias ao efetivo merecimento de um projeto
educacional mais justo e igualitário, de uma sociedade que reflita em si a
competência e o exercício da cidadania com responsabilidade, e como Educadores
ou membros participantes deste novo cenário, somos mais do que agentes: somos
autores da nova história da Educação no Brasil. Só
basta querer começar, habilidade já temos.
Gestão
Educacional e EAD
Pensamos, até
aqui, muito em Gestão Educacional, seus propósitos e seu alinhamento com os
objetivos de uma instituição. Mas não é comum, ainda, que esta mesma dimensão
seja tratada com tamanha naturalidade quando o assunto é Educação à distância.
Embora, seja de extrema importância para os gestores, ainda precisamos instigar
mais a referência deste referido tema nas ações destacadas pelas instituições
fornecedoras desse tipo de capacitação no Brasil. O gestor precisa perceber que
sua ação não pode ser unilateral e que o trabalho em equipe, de sobremaneira,
reforça o que adiante será visto como esforço coletivo.
Talvez pensar em
interrogar-se para melhor compreender o cenário onde estas Instituições EADs estão inseridas, seja fundamental para a
compreensão do todo. A Gestão Educacional precisa ser alicerçada nos desafios
inerentes ao seu contexto específico, não deve ser dissociada do planejamento
pedagógico, como discutimos até então, e se fortalece a cada momento em que as
suas ações sejam compartilhadas e que o ensejo estratégico esteja sempre voltado
para o anseio do grupo e do seu sucesso.
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Fortaleza: Edições SEDUC, 2005.
As transformações tecnológicas digitais têm
proporcionando, para a área de educação, várias possibilidades de aplicação. A
questão principal é qual a sua dimensão pedagógica e como podem ser utilizadas
para favorecer a tão desejada construção do conhecimento pelos indivíduos que
fazem parte do contexto educacional.
As discussões sobre a utilização da informática
na educação no Brasil começaram na década de 70 (Oliveira, 1997), quando se
discutiam sobre a utilização pedagógica dos computadores e seus aplicativos
(editores de texto, planilhas, software de apresentação, software para
programação, etc.). Com a popularização da internet, na década de 90, as
discussões ganharam novo foco com as possibilidades das páginas web, com seus
links que favorecem a criação de redes e que poderiam favorecer o processo de
construção do conhecimento. Em 2004, temos a popularização da web 2.0.
Segundo Martinez e Ferreira(2007), a web 2.0 não
se refere a uma tecnologia, mas a um conceito que compreende um conjunto de
tecnologias e à percepção de uma nova geração de formas de utilização da Web.
Segundo os autores, a web 2.0 proporciona poder ao usuário uma vez que
proporcionam várias formas de comunicação, como as possibilitadas pelos sites de
comunidades virtuais, como o Orkut, as Wikis, Blogs, Facebook e Twiter. Outro
paradigma é a transição para a codificação semântica do conteúdo online, ou
seja, aquela que descreve precisamente ao que se aplica o conteúdo da página,
utilizando linguagem XML. Isto permitiu o surgimento de aplicações como RSS
(Really Simple Syndication), Atom e Podcast.
Para Voigt(2007) as principais implicações da web
2.0 são:
Software.
Estes não são vistos como produto, mas como serviço. Ao invés de instalar um
software, é oferecido um serviço disponibilizado remotamente (GMail, GoogleDocs,
Flickr, Blogs, etc). Rodando diretamente no navegador de internet, um aplicativo
pode receber atualizações constantes.
Dados
Socialização de dados, antes com acesso restrito, que podem ser
disponibilizados e utilizados pelos usuários.
Conteúdos.
Conteúdos são criados e mantidos de forma dinâmica através do papel proativo
de usuários individuais e comunidades. Um conceito que vem a tona: a autoria
individual e coletiva. Essa autoria é dinâmica, pois os conteúdos (texto, áudio,
vídeo, opinião,...) estão em constante modificação e não possuem mais uma
finalidade específica. Podem ser reutilizados, pois são matérias primas. A
Remixagem é a palavra chave desta tendência.
Software social.
Software Social (Social Software) são aplicativos que fornecem suporte para
interação entre pessoas ou grupos, feedback e trabalho em rede. Software Social
permite reunir e editar conteúdos colaborativamenta.
Essas implicações ampliam o papel do usuário,
que além de leitor ou consumidor de páginas web, passa também a autor. Suas
opinões são importantes e dinamizam as interações via serviços da web.
Introdução -
EaD ______________________________
A Ead nesse contexto ganha mais
possibilidades, uma vez que esta via internet acontece normalmente nos ambientes
virtuais de aprendizagem (AVA). Um Ambiente Virtual de Aprendizagem agrega
diferentes ferramentas e funcionalidades que permitem acesso a conteúdos,
comunicação, trabalho colaborativo, administração e monitoramento (Voigt,2007).
Para Santos(2003), as possibilidades de comunicação todos-todos caracterizam e
diferem os AVA de outros suportes de educação e comunicação mediadas por
tecnologias.
Como estamos no ambiente Moodle,
vamos ver serviços que podem ser utilizados nesse ambiente virtual para que além
de manter as caracteristicas da Web2.0, construí-los dentro de uma proposta
politico-pedagógica.
Essas possibilidades são: Objetos de Aprendizagem e
Softwares de Autoria, especificamente o Hotpotatoes e o Jclic.
Objetos
de Aprendizagem ______________________________
O conhecimento torna a alma jovem
e diminui a amargura da velhice. Colhe, pois, a sabedoria. Armazena suavidade
para o amanhã.
Leonardo da Vinci
Conceituando
OA ______________________________
Como apresentado anteriormente, a WWW
possibilitou a criação de ambientes virtuais de aprendizagem. O que são objetos
de aprendizagem?
Segundo a IEEE (2011), um objeto de aprendizagem (OA) é “qualquer
entidade, digital ou não, que pode ser utilizadae reutilizada durante o processo
de aprendizagem que utilize tecnologia”. De acordo com a definição, qualquer
objeto pode ser um OA.
Wiley
(2001) destaca que esta definição é muito ampla, e, após o exame não exclui
qualquer pessoa, lugar, coisa ou idéia que tem existido em qualquer momento na
história do universo, uma vez que qualquer desses poderia ser "referenciado
durante aprendizagem suportada por tecnologias".
O mesmo autor, propõe que um OA é um “recurso
digital que pode ser reutilizado para dar suporte ao aprendizado". É esta
definição que será o nosso norte para utilização de OA nesse curso. Para Bear e
Gaspar(2007) objetos de aprendizagem (OA) são recursos digitais modulares,
usados para apoiar a aprendizagem presencial e a distância.
Modular siginifica "quebrar" o conteúdo
educacional disciplinar em pequenos blocos possibilitando re-utilização em
vários ambientes de aprendizado.
Segundo Mendes (2004 apud Gama, 2009), os objetos
de aprendizagem possuem as seguintes características:
reusabilidade: reutilizável diversas vezes em diversos ambientes de
aprendizagem;
adaptabilidade: adaptável a qualquer ambiente de ensino;
granularidade: conteúdo em pedaços, para facilitar sua reusabilidade;
acessibilidade: acessível facilmente via Internet para ser usado em diversos
locais;
durabilidade: possibilidade de continuar a ser usado, independente da
mudança de tecnologia;
interoperabilidade: habilidade de operar através de uma variedade de
hardware, sistemas operacionais e navegadores, intercâmbio efetivo entre
diferentes sistemas;
metadados (‘data about data’): descrever as propriedades de um objeto, como:
título,autor, data, assunto, etc.
Essas características estão relacionadas com os
aspectos técnicos de um OA. Estão relacionadas com a escolha do software de
autoria, implementação, testes e análise dos dados. Essa idéia de reusabilidade,
vinda da Ciência da Computação, está relacionada ao aproveitamento dos esforços
para construção do material (códigos, conteúdos, links, arquivos, etc). Dessa
forma, o material poderia ser utilizado em outro momento, compartilhado com
outras pessoas ou até mesmo remixado.
Os aspectos pedagógicos estão relacionados com a
concepção epistemológica aceita pelo professor e/ou equipe pedagógica envolvida
na concepção do mesmo. Reategui e Finco(2010) destacam três teorias importantes:
Construtivismo: a prática pedagógica está baseada na interatividade, na
aprendizagem colaborativa, na autonomia do sujeito e na forma de trabalhar o
erro (COSTA, 2005 apud REATEGUI e FINCO, 2010).
Comportamentalista: fundamentada principalmente na teoria de Skinner,
baseada na idéia de que a aprendizagem é uma reorganização de respostas em
situações complexas. O comportamento poderia ser modelado como uma função com
variáveis internas e externas (SCHUNK, 2008).
Teoria sócio-interacionista de Vygotsky: fundamentada nas interações sociais
entre estudantes, e entre estudantes e professores, e estas têm um papel
fundamental nos processos de aprendizagem.
A tabela 1.1 abaixo mostra
as questões norteadoras de cada concepção, as quais, segundo os autores, podem
servir de base para a avaliação de um OA.
Concepções Epistemológicas
Construtivismo
Comportamentalista
Sócio-interacionista
Propõe situações-problema que envolvam a formulação de hipóteses, a
investigação e/ou a comparação?
Apresenta recursos (como exercícios, alternativas de navegação) que favorecem
a capacidade de elaboração a partir da ação e reflexão?
Apresenta diferentes caminhos para solucionar um determinado problema?
Possibilita o registro e a consulta às ações desenvolvidas, permitindo que o
aluno reveja e retome seu processo de construção do conhecimento?
Instiga a procura de outras informações em diferentes fontes de
pesquisa?
Apresenta informações em seções breves?
Testa o aluno após cada seção?
Fornece recompensa para respostas corretas?
Só permite seguir para outro nível se obtiver resposta esperada do aprendiz?
Propõe questões que incentivam a memorização?
Obriga o aluno, no caso de erros, a retornar ao ponto
anterior?
Promove debate sobre os tópicos trabalhados com outros alunos, ou com o
próprio professor?
Tabela 1: Questões que
permitem identificar um OA dentro de uma concepção epistemológica.
Exemplos
de OA ______________________________
Os autores destacam também que seria importante
que o objeto de aprendizagem fosse capaz de se adaptar aos diferentes estilos de
aprendizagem dos estudantes, possibilitando explorar de maneira mais efetiva
suas habilidades e desenvolver outras com as quais possam ter mais
dificuldades.
Veremos alguns objetos de aprendizagem. Que
concepções epsitemológicas podemos destacar em cada um? É viavel o uso em sala
de aula? Como utilizá-lo para que se adeque a sua maneira de compreender o
processo de ensino-aprendizagem?
Descubre las claves para el desarrollo de
simuladores formativos, un nuevo recurso educativo que abre nuevas vías para la
enseñanza. Explicamos las claves a través del proyecto de creación de
simuladores formativos para Formación Profesional, desarrollado dentro del marco
del Plan Avanza.
O objeto de aprendizagem (OA) EduVirtua tem como principal objetivo explorar o potencial
pedagógico da utilização de Mundos Digitais Virtuais (MDVs) na formação de
professores da Educação Superior. Compreende-se que a Formação Docente para a
Educação Superior perpassa inúmeros caminhos que possibilitam a reflexão do ato
de educar. Entende-se que esta ação deve ser direcionada para a construção
compartilhada de saberes e o estabelecimento de interações e relações sociais
que, atualmente, encontram-se muito presentes nos
MDVs.
Exemplos
de OA ______________________________
OA de Literatura infantil. Este objeto apresenta
ao futuro leitor o prazer que se pode ter com a leitura. Conscientizar o leitor
da importância dos diferentes saberes, e destes servirem como alicerce para
novas construções. Episódio do programa Categorias Literárias, exibido pela Biblioteca Virtual dos Estudantes de Língua Portuguesa
(BibVirt), aborda e destaca as primeiras manifestações da Literatura
infantil. Apresenta características e referências literárias relacionadas a essa
temática.
Este AO mostra as teorias dos filósofos sobre conhecimento e como é
feita sua disseminação . Apresenta as teorias dos filósofos Thomas Samuel Kuhn e
Michael Foucault sobre o conhecimento humano. Traz como as informações e o
conhecimento era divulgado e distribuído antes da Internet.Para
visualizar este recurso é necessário instalar o Flash Player. Componente Curricular:
Educação Superior.Ciências Humanas.Universidade de Brasília
(UnB)
As características descritas até aqui
tornam os OAs recursos interessantes de serem utilizados em sala de aula. Ou
como maneira de favorecer as interlocuções que gerarão conhecimento ou para
prover o professor de recursos que podem ser utilizados num contexto
educacional.
Isto é, um objeto de
aprendizagem é um artefato de apoio às práticas pedagógicas, sendo um elemento
mediador, entre conhecimento e aluno. Ao aprender, o aluno constrói estruturas
cognitivas e utiliza outras construídas anteriormente. Para isso, fazem
levantamento de hipóteses (confirmadas ou refutadas), possibilitando a aquisição
de novos olhares sobre formas de fazer (método), maneiras de aplica
(tecnologias) e limites do conhecimento adquirido (o conhecimento não é uma
verdade absoluta). Isso traz ao professor, não só a dimensão autoral, mas também
um eficiente planejador de suas ações pedagógicas, pois existem objetos que
favorecem a motivação, outros para visualização de conceitos complexos, além de
proporcionar ao aluno o papel de sujeito do seu processo de
aprendizagem.
Repositórios ______________________________
Um
objeto de aprendizagem pode ser um texto, um hipertexto, um fragmento de um
vídeo, uma simulação, áudio, imagem, etc. Que estratégia utilizar para que um
objeto de aprendizagem seja reutilizado? Segundo Willey(2000), os objetos de
aprendizagem, sendo unidades digitais e estando disponibilizados na internet,
podem ser criados colaborativamente e acessados de forma simultaneamente, a
partir de um repositório, podendo-se obter novas versões.
Um
repositório é um sistema estruturado com banco de dados em que os objetos de
aprendizagem são armazenados de acordo com seus metadados. É uma biblioteca
virtual, em que pode-se fazer busca, visualizar e fazer download e/ou
upload de objetos de aprendizagem. Esses repositórios podem ser livres
(desenvolvidos por universidades ou instituições de ensino) ou pagos.
O Brasil
iniciou sua participação em construção e criação de repositórios no Projeto
Rived - Fábrica Virtual, em 2004, motivado pelas possibilidades de inclusão das
novas tecnologias no processo de formação de professores (APPEAL, BORGES, NUNES,
2008).
Esse
projeto é desenvolvido pelo Ministério da Educação - MEC. Tem como propósito a
produção de conteúdos pedagógicos digitais, na forma de objetos de aprendizagem,
para as diferentes áreas do conhecimento, no intuito de melhorar e adequar às
condições de ensino-aprendizagem e incentivar a utilização de novas tecnologias
nas escolas.
Abaixo
temos exemplos nacionais e internacionais de alguns repositórios de OA.
Como utilizar os
metadados? Basta fazer a busca nos repositórios, como ilustrado
abaixo
Figura:
Busca no sítio PROATIVA
Figura: Busca no sítio Banco
Internacional de Objetos Educacionais
Software de Autoria
Introdução ______________________________
No Capítulo anterior vocês foram convidados a
conhecer (para aqueles que ainda não conheciam) e/ ou rever sobre objetos de
aprendizagem. Naquele momento o foco era tomar conhecimento e buscar algo que se
adequasse a suas necessidades (formação de professores, aplicação em uma
disciplina específica, etc.). Agora, vocês estão sendo convidados a construir
objetos de aprendizagem.
A idéia básica perpassa pela idéia de autoria.
Qual o seu conceito para autoria? Como lidar com autoria no contexto atual?
Segundo Fernandez (2001) a autoria é “o
processo e o ato de produção de sentidos e de reconhecimento de si mesmo como
protagonista ou participante de tal produção”. Tomando Vygotsky(1984,1994)
como referência, o processo de autoria passa pela construção de estruturas
psicológicas superiores e estas são construídas em contexto cultural/social.
Pode-se entender o ciberespaço como uma construção coletiva, carregada de
simbolismos e espaço fecundo para construção e divulgação de conhecimento. Por
isso, neste capítulo será falado sobre software para construção de
objetos de aprendizagem, as ferramentas de autoria. É um convite para autoria (
individual ou coletiva) e sua socialização no ciberespaço.
Uma ferramenta de autoria é um software
para produzir arquivos digitais em diferentes mídias (texto, imagem, som
etc.)(LEFFA,2006). É um editor que torna simples e amigável a tarefa de
desenvolver conteúdos digitais. Isto é, para desenvolver um conteúdo não é
necessário saber uma linguagem de programação ou lógica de programação, não
requer muitos conhecimentos técnicos. É necessário, saber interagir com a
ferramenta. No entanto, a maioria das ferramentas de autoria permite a
utilização de uma linguagem de programação o que favorece o desenvolvimento de
aplicações mais sofisticadas.
Para Leffa (2006), um software de autoria
propicia a autoria do professor no que tange às necessidades prementes dos
alunos, sem interferir na linha pedagógica utilizada pelo professor. O mecanismo
de funcionamento do software é predeterminado pelo desenvolvedor, mas o conteúdo
e a maneira como as atividades serão conduzidas e selecionadas são definidas
exclusivamente pelo professor.
Então, para desenvolver um objeto de
aprendizagem, com base uma ferramenta de autoria, deve-se possuir uma abordagem
pedagógica que norteiam a criação e uso, estratégia e metodologia de
aprendizagem bem definida (MARTINEZ, 2000 apud MACEDO, 2010), bem como o domínio
da(s) ferramenta(s) de autoria para sua construção. Na tabela abaixo contém
alguns exemplos de softwares de autoria mais conhecidos.
Software de
Autoria
O HagáQuê foi desenvolvido no NIED, tem como
objetivo facilitar o processo de criação de uma história em quadrinhos por uma
criança ainda inexperiente no uso do computador, mas com recursos suficientes
para não limitar sua imaginação.(Livre)
O HotPotatoes é um software desenvolvido pela equipe do
Laboratório de Pesquisa e Desenvolvimento da Universidade de Victoria. Possui 6
ferramentas de autoria para a elaboração de atividades dinâmicas que podem ser
publicados na Web.(Livre)
VisualClass é um
software para criação de conteúdo
multimídia, funciona em Linux e Windows (multiplataforma). Este software permite
que o usuário enriqueça suas publicações, como apresentações, trabalhos
escolares e projetos diversos, com imagens, textos, sons, animações, vídeos,
jogos e exercícios com correção automática.(Pago)
JClic
é um programa para a criação, realização e avaliação de atividades educativas
multimedia, desenvolvido na plataforma Java. É uma aplicação em software livre
baseada em código aberto que funcionam em diferentes sistemas operativos:
Windows, Linux e Mac OS.(Livre)
ToonDoo permite criar
tirinhas e cartoons totalmente personalizados sem saber desenhar.
Nesse curso, serão trabalhados dois software, o Hot-Potatoes e o JClic. São softwares livres, cujas aplicações produzidas
podem ser disponibilizadas em cursos oferecidos via Moodle. Esses serão
apresentados a seguir.
Software
de Autoria: HotPotatoes ______________________________
O HotPotatoes é um programa
desenvolvido pelo Grupo de Pesquisa e Desenvolvimento do Centro de Informática e
Média da Universidade de Victoria, Canadá. Este contém um pacote de seis
ferramentas ou programas de autoria, que possibilitam a criação de 6 tipos de
exercícios interativos para a Web. Permite a criação de exercícios de múltipla
escolha, resposta curta, palavras-cruzadas para serem publicados na web.
É compatível com todas as versões
dos navegadores (Internet Explorer e
Netscape) e com as plataformas Windows ou Macintosh. O software está na sua 6
versão, sendo agora freeware, mas não é open-source.
Figura: Tela
inicial do HotPotatoes
Com as ferramentas, JMatch e JMix, pode-se
produzir exercícios que permitem clicar-arrastar-soltar, usando mouse , mas que
somente funcionam nas versões mais recentes dos navegadores (IE 5.0 e Netscape6
ou superiores). O programa aceita caracteres portugueses e pode ser
completamente configurado para a nossa língua, assim como quase todos os
aspectos do interface (cores, tipo de letra, etc.).
Instalando o
HotPotatoes ______________________________
Para
obter o software abra a página http://hotpot.uvic.ca/ e clique na guia Download. Nela,
pode-se escolher a versão adequada para o sistema operacional do usuário(Windows
98/ME/NT4/2000/XP/Vista, Linux, OS)
Figura: janela de
download
Após o download, abra a pasta em que foi
salva e clique no botão Executar
Clique no botão Seguinte
Escolha "Aceito o contrato" e Clique no botão Seguinte
Deste ponto
em diante clique no botão Seguinte.
Tipos de
atividades no HotPotatoes ______________________________
Figura: Tela
Inicial
Para Criar atividades escolha uma das ferramentas
disponíveis na tela inicial(Figura 1):
Criar exercícios tipo
completar. Extensão: *.jcl
Criar exercícios tipo correspondência. Extensão:*
jmt
Criar questionários de
múltipla escolha ou resposta curta. As perguntas podem ser de quatro
tipos diferentes, incluindo de múltipla escolha e de resposta curta. Extensão:
*.jqz
Criar palavras cruzadas que podem ser preenchidas on-line. Extensão:
*. jcw
Criar exercícios tipo sopa de palavras ou palavra
misturadas.Extensão: *.jmx
Cria unidades com
três exercícios. Extensão: *.jms
O HotPotatoes é um software fácil de usar, com uma
interface amigável. É possível integrar exercícos feitos no HotPotatoes no
Moodle. Para isso, é necessário ter instalado no Moodle o módulo
hotpot.
Ao elaborar sua atividade no HotPotatoes, clique no
Moodle na opção
Adicionar atividade - Atividade HotPotatoes. Se não encontrar (esse módulo não é instalado na hora
da instalação normal do Moodle) contatar o administrador Moodle para ativar o módulo. Esse pode ser é encontrado
na página do Moodle.
O arquivo do
HotPotatoes que é inserido no Moodle não é o .html, mas o salvo com a extensão
do Hotpotatoes (.jcw, .jmx, etc). A figura abaixo mostra como inserir uma
atividade feita no Hotpotatoes no Moodle.
Exemplo
de atividade do HotPotatoes ______________________________
Desenvolvido no Software de autoria Hot
Potatoes.Autoria:
Profª Denise Maria Alves Pinheiro da Silva.
Atividade de sistematização do uso das letras M e N antes de
consoantes. Obitido no sítio da Secretaria de Educação de Porto Alegre -
RS
Software
de Autoria: JClic ______________________________
O JClic é um software livre com licença
GNU GPL em que é possível criar diversas atividades educativas multimídias como:
quebra-cabeças(puzzles), associações, exercícios de texto, palavras-cruzadas,
sopas de letras, etc. É desenvolvido na plataforma Java e funciona em sistemas
operacionais Windows, Linux, Mac OS X eSolaris.
Pode-se criar sequência de atividades, sendo
possível configurar a ordem, tempo, contagem de erros e geração de relatório.
O software pode ser obtido na zonaClic. Este é um serviço mantido pelo
Departamento de Educación de la Generalitat de Cataluña, criado com o objetivo
de difundir e apoiar o uso da ferramenta, além de oferecer um espaço cooperação,
aberto a todos os educadores que queiram utilizá-lo e compartilhar as atividades
criadas.
Na zonaClic encontra-se tutoriais para
instalaçãoe uso, lista de discussões, artigos sobre o uso do JClic, atividades,
suporte eferramentas que podem ser úteis no desenvolvimento de atividades. A
zonaClic está disponível em catalão,
espanhol e em inglês.
As atividades disponibilizadas são gratuitas,
com
CreativeCommons Atribuição Não-Comercial Compartilhamento, que não implica
ganhos comerciais com as atividades. O usuário pode copiar, distribuir,
comunicar publicamente a obra ou/e remixar. Mas não pode utilizá-la para fins
comerciais. Mais informações procure na zonaClic em Biblioteca de
Atividades.
instalando o
Jclic ______________________________
Para
fazer o download do JClic, na zonaClic
escolha escolha o
programa compatível com o sistema operacional e clique. Abrir a janela para
download e clique no botão
Download:
Na janela de download do navegador ou na pasta
em que salvou o arquivo, dê dois cliques no ícone para começar a instalção.
Clique no botão Ok. Aparecerá a seguinte
Janela e Clique em Próximo
Aceite a
licença
Clique nos
botões: Próximo e Instalar até chegar a Janela
No Desktop
aparecerão três ícones:JClic Author, Jclic e Jclic
Report.
Criando
uma atividade no Jclic ______________________________
Com o JClic é possível criar sete tipos de atividades básicas:
Associações - pretendem que o usuário descubra as relações
existentes entre dois conjuntos de informação.
Jogos de Memória - onde temos que descobrir pares de elementos
iguais ou relacionados entre si que estão escondidos.
Explorador, Identificando células e Tela de informação - que
partem de um único conjunto de informação.
Quebra-cabeças (Puzzle) - planeja a reconstrução de uma
informação que está inicialmente desordenada. Essa informação pode ser gráfica,
textual, sonora ou combinar aspectos gráficos e auditivos ao mesmo tempo.
Atividades de resposta escrita - são resolvidas escrevendo-se
um texto (uma só palavra ou frases relativamente complexas).
Texto: Atividades de texto - são planejados exercícios baseados
sempre nas palavras, frases, letras e parágrafos de um texto, onde será
necessário completar, entender, corrigir ou ordenar. Os textos podem conter
também janela de imagem com conteúdo ativo.
Cata-palavras e Palavras cruzadas - são variantes interativas
dos conhecidos passatempos com palavras escondidas.
Vamos criar uma atividade
simples: Um quebra-cabeça.
O quebra-cabeça é uma atividade para se reconstruir um
conteúdo gráfico ou textual que inicialmente está desordenado. Existem três
modalidades diferentes de Quebra-cabeças: duplo (Double puzzle), de troca
(Exchange puzzle),com lacuna (Holle puzzle). Para criar um quebra-cabeça,
devemos:
Passo1: Clique no ícone do Jclic Author
Passo2:Iniciar um novo projeto: Arquivo --> Novo Projeto
Passo3: Configure
as informações do Projeto
Passo4: Depois de
adicionar as informações, clique na aba Atividade. Clique no ícone
Criando
uma atividade no Jclic ______________________________
Passo5: Aparecerá a janela para escolher o tipo
de atividade. Escolha a atividade: Quebra-cabeça duplo. De um nome a atividade:
Quebra-cabeça. Clique em Aceitar.
Passo6: Na janela Atividade, aparecerão 4 abas:
Opções, Janelas, Mensagens e Painel. Na aba Opções pode-se fazer comentários
sobre a atividade, escolher se será incluido no relatório, marcar os contadores,
etc.
Passo7: Na guia Janela, pode-se escolher do cor
de fundo da Janela Principal e da Janela de Jogos.
Passo8:Na guia Mensagens pode-se colocar as
mensagens que aparecerão ao inicar o jogo, quando ocorrer um tentativa errada e
ao final do jogo.
Passo9:Na guia Painel, escolhe-se o tipo de
quebra-cabeça:quebra-cabeça com uniões curvas.
Passo10:
Para inserir uma figura, clique em Imagem. Aparecerá uma janela "Seleção de
Objetos Multimídias".
Criando
uma atividade no JClic ______________________________
Passo11:
Salve seu projeto. Para visualizá-lo, abra o JClic e abra o seu projeto.
Para incluir uma atividade do JClic
no Moodle, o administrador da plataforma terá que instalar o módulo
correspondente do JClic, que pode ser baixado em https://projectes.lafarga.cat/projects/jclic.
APPEL, M. L.G.; BORGES R.DE M.; NUNESV. F. A
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